A CANTORA CARECA de Eugène Ionesco, pela DOIS – Ninguém Associação Cultural, até 18 setembro, Lisboa

Teatro
A CANTORA CARECA de Eugène Ionesco, pela DOIS – Ninguém Associação Cultural, até 18 setembro, Lisboa

© Eduardo Breda

A DOIS – Ninguém Associação Cultural apresenta "A Cantora Careca", de Eugène Ionesco, com encenação de Ivo Alexandre e interpretações de Anabela Faustino, Anna Leppänen, David Esteves, Diana Lara, Ivo Alexandre e João Reixa.


SINOPSE

(Por Ivo Alexandre)

Trágico espetáculo da existência humana, a cantora careca é uma crítica à sociedade onde impera a falta de individualidade, a aceitação dos “slogans” pelas massas, as ideias pré-concebidas que privam o indivíduo da liberdade intelectual. 

Escrita em 1948, é uma obra que se mantém atual. Os paralelismos entre as personagens e o indivíduo contemporâneo podem encontrar-se nos discursos vazios de reflexão, na massificação da liberdade individual, na uniformização do pensamento ditada pelas redes sociais, pela comunicação social e pelos mecanismos políticos e religiosos. Ainda que nos seja prometida e transmitida a sensação de liberdade, de livre pensamento e expressão da nossa vontade individual, tudo acontece segundo parâmetros pré-definidos, tidos como ideais, que são o meio para a aceitação do indivíduo no seio da sociedade. A aparência e a estandardização das ideias assumem o papel primordial nas relações humanas. Em “A cantora careca” as personagens/indivíduo percorrem caminhos circulares, sem que se possa identificar um propósito para os seus percursos. O fim é tragicamente igual ao princípio. 

Ionesco retrata a banalidade da vida para imediatamente a desconstruir, através de discursos desarticulados, fragmentados, desprovidos das leis lógico-racionais. As palavras adquirem novos significados, unem-se para inventar novas imagens e novos ritmos. Tempo, espaço, ação deixam de existir. As identidades confundem-se, a realidade aparente desmorona-se. Um jogo cómico povoado de sons, imagens, silêncios, como meio de exacerbar o sentido absurdista da vida. Mas, também mera diversão, loucura dadaísta que procura a liberdade artística e individual.


FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

TEXTO: EUGÈNE IONESCO
ENCENAÇÃO: IVO ALEXANDRE
INTERPRETAÇÃO: ANABELA FAUSTINO, ANNA LEPPÄNEN, DAVID ESTEVES, DIANA LARA, IVO ALEXANDRE E JOÃO REIXA
TRADUÇÃO: JOAQUIM PENA E TIAGO DA CÂMARA PEREIRA
CENOGRAFIA: JOÃO RIBEIRO
FIGURINOS: ANA SIMÃO
DESENHO DE LUZ: JANAINA GONÇALVES
CONSTRUÇÃO E MONTAGEM DO CENÁRIO: FRANCISCO SILVA
GESTÃO: TIAGO DA CÂMARA PEREIRA
COMUNICAÇÃO: JOANA ALVES
UMA PRODUÇÃO DOIS


LOCAIS, DATAS E HORÁRIOS 

Na Boutique da Cultura de 7 a 18 de setembro de 2021 
(3ª a 6ª às 19h00 e Sáb. às 16h00 e às 19h00)
Av. do Colégio Militar, 1500-187 Lisboa
926 830 272


BILHETEIRA 

Bilhete normal: 10 €
Amigos da Boutique da Cultura: 6 €
Profissionais do espetáculo, menores de 30 anos e maiores de 65: 4 €
Bilhetes à venda na Boutique da Cultura e em  https://www.bol.pt/.../99138-a_cantora_careca-e_boutique.../
Reservas: 926 830 272 / geral@boutiquedacultura.pt


CONTACTOS 

DOIS – Ninguém Associação Cultural
Rua de São Marçal 67, 1200-419, Lisboa
ninguemteatro@gmail.com