X PORTINGALOISE - Festival Internacional de Danças e Músicas Antigas 24.25 Ciclo de Primavera, 21 a 30 março, Coimbra e V. N. de Gaia

Espetáculo "MILLEFLEURS – O regresso à clausura dos outros" . Créditos: Ana Pinho Vargas
O Ciclo de Primavera do Festival de Danças e Músicas Antigas PORTINGALOISE decorre entre 21 e 30 março, em Coimbra e em Vila Nova de Gaia. Do programa, que conjuga criação/performance, formação e investigação relacionadas com o património coreográfico europeu do século XV ao XIX, destaca-se a apresentação do espetáculo "MILLEFLEURS – O regresso à clausura dos outros", no dia 29 de março, às 19h, no ARMAZÉM22 (V. N. de Gaia).
O festival é promovido pela Portingaloise Associação Cultural e Artística em parceria com a Kale Cooperativa Cultural e o Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra | Projeto Mundos e Fundos.
PORTINGALOISE – Festival Internacional de Danças e Músicas Antigas
"Na 10ª edição celebramos o feminino. O feminino nas suas diferentes dimensões e suas diferentes manifestações; procurando-o no tempo, no espaço, em nós. Desde a 1ª edição em 2015 que o festival, na verdade, se designa feminino: Portingaloise é o título do primeiro registo de dança escrito referente a Portugal, no livro de bassedanses de Marguerite d’Autriche datado do final do século XV. Aí, a bassedanse Portingaloise constitui, muito possivelmente, uma homenagem a nobres portuguesas como Isabel de Portugal (1397-1471) ou Beatriz de Coimbra (1435-1462), que casaram na corte de Borgonha. Ao longo destes últimos anos, a dança antiga foi impulso para encontros e partilhas sobre a história, a arte, a cultura, no espaço europeu e fora dele, através da criação de espetáculos, comunicações científicas e experiências formativas. Na atual 10ª edição retornamos ao feminino dedicando, desta feita, a criação, a investigação e formação ao que foi escrito, composto, coreografado, dançado, cantado, tocado, por e para mulheres… em nome feminino… procurando as especificidades neste que constitui um repertório quase sempre diminuto, excecional – por vezes, até considerado menor – porque extraordinário na prevalecente produção masculina na época moderna.
Nesta edição, tal como no século XV, prestamos homenagem: a escritoras, compositoras, instrumentistas, bailarinas,… não só da idade moderna, mas também a atuais, convidando artistas e investigadoras de hoje que, com o seu trabalho, exaltam esse espaço feminino que, tantas vezes, o tempo teima em ocultar.
A dimensão formativa contará com os professores convidados Cecília Grácio-Moura (bailarina e docente portuguesa, referência internacional na dança antiga) e Guillaume Jablonka (bailarino e coreógrafo, especialista em dança do século XVIII, que dedica o seu curso à Allemande); na dimensão científica, comunicações de 6 investigadoras lusófonas, todas conciliando reconhecida obra científica e artística, que nos revelarão os seus estudos sobre o melhor da criação e prática artística feminina, desde o século XVIII ao século XX, nomeadamente em Portugal; na dimensão criativa/performativa, La Portugaise é concerto temático em setembro pela incontornável cravista portuguesa, Ana Mafalda Castro; em março, o Ensemble Portingaloise estreia mais um espetáculo intitulado Millefleurs, que conta com a direção musical da cravista e a direção cénica do reputado encenador Pedro Ribeiro. Esta edição comemorativa contará ainda com o olhar sensível da jovem artista audiovisual Ana Vargas que, fazendo parte da equipa criativa de Millefleurs, criará obra plástica original, que ampliará pelo futuro este encontro no feminino.
Desde a sua 1ª edição que tem como premissa o encontro de artistas, investigadores e entusiastas deste repertório, explorando conexões disciplinares e estéticas ao refletir sobre os conteúdos antigos no espaço e tempo presentes, pesquisando profundamente a reação do corpo contemporâneo às definições de movimento e gesto de outros contextos. Não se limitando a ser apenas um festival de dança ou música, promove a observação da relação entre essas duas áreas na época moderna, reivindicando uma contextualização auxiliada pela história social, económica, e das demais artes do espetáculo".
LOCAIS, DATAS E HORÁRIOS
CICLO DE PRIMAVERA
21 A 30 DE MARÇO ’25
VILA NOVA DE GAIA COIMBRA
PROGRAMA
Encontro Académico
Presencial e on-line
21/MAR | 10H30-13H30 (GRATUITO)
Anfiteatro III – 4º piso | FLUC, Universidade de Coimbra
27/MAR, 16h30
Sessão Didática para alunos do Curso Secundário de Dança do Ginasiano Escola de Dança
28/MAR, 14h30
Sessão Inclusiva para utentes de diversas instituições de V. N. de Gaia.
Espetáculo
MILLEFLEURS – O regresso à clausura dos outros
Ensemble Portingaloise & Udite Amanti
29/MAR, 19h00
ARMAZÉM22, V. N. de Gaia
Curso de Dança Barroca por Cecília Grácio Moura
29 E 30 /MAR | 14H30-17H30 ARMAZÉM22, V. N. de Gaia
Exposição MILLEFLEURS
de Ana Pinho Vargas
Inauguração 4/MAI | 17H00
6/MAI – 8/JUN | Terça a Domingo 9H00-12H00 / 14H00-17H30 Espaço Corpus Christi, V. N. de Gaia
BILHETEIRA
Disponível brevemente em https://ticketline.sapo.pt/salas/sala/2621
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA
Espetáculo: M/12
Curso de Dança Barroca: O Curso destina-se a públicos de diferentes faixas etárias (a partir dos 12 anos) e com diferentes níveis de aptidão e experiência em dança.
Encontro Académico: Aberto ao público geral e especializado, interessado nas temáticas a serem apresentadas.
ACESSIBILIDADE
"O Festival Portingaloise promoverá acessibilidade através de uma sessão adaptada e gratuita do espetáculo "Millefleurs" para um público formado por pessoas com doenças neurodegenerativas, uma parceria com as ações sociais da Ginasiano COOP. A narrativa artística, ancorada em repertório coreográfico, musical e literário feminino, será uma estratégia contra o isolamento social, proporcionando integração ativa deste público na comunidade. O espetáculo será adaptado para uma melhor compreensão cognitiva, com narrativas visuais claras e ritmo mais pausado, além de duração reduzida. O público também terá acesso à exposição fotográfica sobre o processo criativo do espetáculo por Ana Pinho Vargas, além de acesso ao palco e a possibilidade de contactar diretamente com os artistas. Será garantida acessibilidade física com instalações adequadas, além de um ambiente acolhedor, com comunicação acessível, áreas de descanso e assistência. Ao promover essa iniciativa, o Festival Portingaloise visa não apenas proporcionar entretenimento, mas também promover experiências culturalmente inclusivas, nutrindo a mente e o espírito de todos os participantes, independentemente das suas capacidades. Este compromisso reflete a visão de um projeto cultural acessível e enriquecedor para toda a comunidade.
Divulgar o repertório composto por mulheres é tornar visível um contributo constante, mas, muitas vezes, abafado por constrangimentos sociais e políticos. É destacar obras muitas vezes votadas a plano de fundo. Seja nas artes ou na cultura em geral, continua a ser muito pertinente fazer esse destaque, contextualizando-o e promovendo a necessária reflexão sobre a sua qualidade e a sua importância. O conjunto de atividades do X Festival Portingaloise sublinha esta importância e procura integrar os diferentes contributos - artísticos, culturais, históricos, investigativos - para melhor os compreender. De igual forma, a promoção da acessibilidade de todos os profissionais envolvidos pelo conjunto de residências artísticas, atividades formativas e investigativas assegurará a partilha necessária entre criadores, intérpretes e investigadores no sentido de produzir conteúdos coerentes e significativos. A promoção da diversidade não se limita às características individuais dos artistas e demais intervenientes envolvidos, mas se estende às colaborações interdisciplinares, interculturais e também interinstitucionais. A componente performativa, investigativa e expositiva do festival reclama a acessibilidade de um público alargado, sendo realizadas num espaço de apresentação que cumpre as Normas Técnicas de Acessibilidade, com sessões gratuitas da sua programação, incluindo uma sessão didática gratuita para alunos do Curso Secundário de Dança do Ginasiano Escola de Dança, instituição que apoia também o festival".
MAIS INFORMAÇÕES
X PORTINGALOISE - Festival Internacional de Danças e Músicas Antigas conta com o apoio da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes