Próximo concerto da temporada "Nova Música" / Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins, 12 abril, Santa Maria da Feira

Depois de Lamego e do Porto, a próxima ‘estação musical’ da Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins é em Santa Maria da Feira (no Cineteatro António Lamoso), no dia 12 de abril, às 21h30.
Pedro Henriques da Silva – compositor prolífico e instrumentista exímio junta-se à Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins
“Português Nova Iorquino” e a OPGB vão interpretar em estreia mundial a obra PANGÆA
"A positiva teimosia da Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins já deu a conhecer ao público, no âmbito da temporada “Nova Música” de 2025, uma versão apropriada e ambivalente no seu significado, da “Teoria das Cordas” (“String Theory”, no original), da compositora Ângela da Ponte, no Teatro Ribeiro da Conceição, a 9 de fevereiro, em Lamego. E seguiu-se uma incursão por “Salema”, de Fátima Fonte, a peça que, apesar de possuir o nome de uma localidade piscatória algarvia, é marcada pelas influências sonoras de outras geografias melódicas, nomeadamente das provenientes da Ásia (há algum Japão a vaguear pelas notas), que o Teatro Helena Sá e Costa, no Porto, pôde apreciar no passado dia 23 de março.
O destaque desta terceira incursão musical faz-se sob o signo da criatividade do compositor e instrumentista Pedro Henriques da Silva. A peça PANGÆA dará o mote para a vinda do músico português (e da sua guitarra portuguesa) que há muito vive e a trabalha em Nova Iorque, onde leciona na universidade (nasceu nos EUA, em New Bedford, no estado de Massachusetts). O Cineteatro António Lamoso, em Santa Maria da Feira, prepara-se assim para acolher no próximo dia 12 de abril (21h30), um serão de fino recorte musical onde, uma vez mais, e sem presunção, todos ficarão literalmente encostados às cordas: intérpretes e público.
Para aguçar a curiosidade, importa conhecer um pouco mais a obra e o autor, bem como a sua condição de intérprete, algo que interessa de sobremaneira para o caso concreto da peça PANGÆ. Por ordem inversa dos fatores enunciados, vamos à questão do autor. E assim, podemos dizer, tal como já foi referido de forma superficial, que Pedro Henriques da Silva é compositor, multi-instrumentalista, professor e palestrante em diversas áreas da música, artes e ciências. É membro da faculdade de Nova Iorque, onde leciona composição, guitarra clássica, bandolim, banjo e sitar.
De forma adicional, Pedro H. da Silva apresenta-se com frequência a liderar masterclasses e palestras internacionais em museus, universidades e instituições sobre uma variedade de tópicos que vão desde a música à física, passando pela arte e/ou tecnologia musical, sempre com lotações esgotadas nas respetivas sessões. As mais referenciadas ocorreram em locais emblemáticos como é o caso do Museum of Modern Art (NYC). Filho de um diplomata português, viajou por diversos países e viveu em territórios distintos como França, Canadá e a Índia, bem como em Portugal. Esta mundivisão, dada a fecundidade das influências, terá contribuído decisivamente para o seu percurso pessoal e profissional e sobretudo para uma imersão mais intensa no universo criativo. Como rodapé informativo, já teve cinco indicações para os Grammy Awards, sucedeu com o álbum “Transclassical Concertos”.
Quanto ao motivo nuclear deste concerto, a peça PANGÆA, com a qual Pedro Henriques da Silva correspondeu ao repto da Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins para o concerto do dia 12, a mesma consubstancia um conjunto de conceitos. A explicação em regime de uma ‘pré-visão’ segue no próximo parágrafo.
PANGÆA (Pangeia) é uma obra que evoca a união que existia quando havia um único supercontinente na Terra e a fragmentação que ocorreu ao longo do tempo. É um comentário e uma reação àquilo que vivemos no início do século XXI, um período marcado por uma crescente divisão política e social. As relações entre as diversas escalas e modos musicais utilizados na peça são a base da sua construção, pois a simbologia das conexões entre essas escalas reflete os temas de união e fragmentação. A guitarra portuguesa assume o papel de solista, e em alguns instantes a obra pode assemelhar-se a um concerto para o instrumento. No entanto, há vários outros momentos em que a guitarra portuguesa é apenas mais um integrante da orquestra. Muitas das técnicas utilizadas não são tradicionais para o instrumento —foram inspiradas na guitarra clássica, no bandolim e incluem o uso de um arco eletrónico (E-Bow) no segundo andamento. Essas escolhas foram feitas para
representar melhor as ideias da obra.
Convém, todavia, salientar que para lá do foco na estreia mundial de PANGÆA, o repertório da orquestra neste concerto versará outras peças como são os casos de: Petit Promenade a Marseille, Danza dello struzzo, Danza del Pavone e del Cappone, Lu Travocche e La Légende de Ulisse, todas estas peças são da autoria do maestro, compositor e contrabaixista italiano Francesco Civitireale (nascido em 1959). Dá-se a feliz coincidência da realização deste concerto promovido pela OPGB ocorrer precisamente no ano em que o Cineteatro António Lamoso está a comemorar o 10º aniversário do projeto artístico e da programação.
Os próximos concertos da temporada “Nova Música” terão lugar em Oliveira do Bairro (11 de maio), Estarreja (20 e ou 21 de setembro) e Gondomar (data a definir em outubro e /ou novembro) serão as outras coordenadas contempladas no projeto.
O bilhete para o concerto de dia 12 de abril, sábado, às 21h30, no Cineteatro António Lamoso, tem o custo, dependendo dos lugares escolhidos, entre os 4 e os 5 euros (com possibilidade de descontos): https://ctantoniolamoso.bol.pt
Importa salientar que a Orquestra de Guitarras e Bandolins, fruto da sua aposta na versatilidade e ecletismo musical, tanto aposta em tocar com músicos associados ao género Fado ou à Pop Nacional, como são os casos de Cuca Roseta e Tiago Nacarato, ou até à World Music de Hamilton de Holanda, como de igual modo convocar os compositores mais eruditos para o seu repertório".
Este projeto conta com o apoio da República Portuguesa - Cultura / Direção-Gral as Artes e da Antena 2
MAIS INFORMAÇÕES
www.orquestra-bandolins.com
www.acplectro.com
facebook.com/orquestra.bandolins