Cepa Torta lança a 1.ª edição de VAGABUNDAS

Residência Artística
Cepa Torta lança a 1.ª edição de VAGABUNDAS
[candidaturas até 28 de fevereiro]

A companhia Cepa Torta lança a 1.ª edição de VAGABUNDAS, um programa de residência artística de teatro e artes performativas para artistas de nacionalidade portuguesa que se identifiquem com o género feminino, sejam cisgénero ou transgénero. A convocatória encontra-se aberta até 28 de fevereiro. A residência decorrerá na Mina de S. Domingos, Mértola, de 1 a 30 de abril.  

Com uma periodicidade anual, esta residência inspira-se na história de Mercedes Blasco, um dos muitos pseudónimos de Conceição Vitória Marques, e no nome da sua obra literária mais conhecida "Vagabunda", um diário de memórias da mulher e da artista. Reconhecer a sua importância e tê-la como inspiração é reforçar a sua existência, o seu legado e dar a relevância política que, em vida, Mercedes não teve.

"Inspiramo-nos na sua história para criar VAGABUNDAS, residência artística de criação para mulheres portuguesas. Fazê-lo no interior, na aldeia natal de Mercedes, na Mina de S. Domingos (Mértola), é afirmar a necessidade de uma criação mais descentralizada, sustentável e verdadeiramente acessível e participada".  

Consulte o Regulamento

Aceda ao Formulário de Inscrições


SOBRE VAGABUNDAS - residências artísticas

"[Miguel Maia]

Porquê vagabundas? Porque é necessário continuar a dar palco às vozes menos ouvidas. E neste caso à criação no feminino e também àquela que é feita no interior do país, explorando as intersecções entre estes dois mundos subrepresentados na produção artística. O título Vagabundas é uma provocação e é roubado ao nome da uma das obras mais conhecidas, e recentemente reeditada, de Mercedes Blasco - actriz e cantora, com origem na Mina de S. Domingos (Mértola), importante no panorama cultural de Portugal no virar do século XIX para o XX. Infelizmente Portugal esqueceu este nome, tendo Mercedes morrido na miséria e não vendo reconhecido em vida o enorme trabalho de disseminação da cultura portuguesa de que foi responsável. Vagabundas pretende dar palco e voz a artistas portuguesas que queriam desenvolver pensamento artístico na área das artes performativas em ambiente descentralizado, longe das grandes urbes.

Porquê a Mina? Temos tido uma presença regular na Mina de S. Domingos com o grande projeto Malacate, de criação artística pluridisciplinar que durante ano e meio tem trazido quase todas as semanas eventos diversos, criações artísticas com a comunidade e com a participação de artistas nacionais e do norte da Europa. O Vagabundas surge na vontade de dar continuidade ao trabalho iniciado pelo Malacate, aproveitando o movimento criado e a vontade da população em que a Mina e o concelho de Mértola seja um polo artístico incontornável a sul do Alentejo e indo contra a corrente do esquecimento a que muitas destas zonas têm estado votadas, à semelhança da conterrânea Mercedes Blasco, artista de uma energia ímpar mas cujo trabalho tem vindo a ser esquecido. Após o Malacate terminar iremos continuar a desenvolver trabalho de continuidade convidando cada vez mais artistas e públicos a trabalhar com esta comunidade, honrando a memória de Mercedes e usando o seu nome como exemplo de força criativa, já que se hoje o interior e a criação no feminino não têm o merecido palco, há cem anos o panorama era verdadeiramente desolador.

Qual a diferença? Este projeto não faz parte do Malacate mas aproveita o movimento criado até agora por aquele projeto pioneiro, que dinamizou a Mina tentando retomar a força e a vida que antes de via nas ruas, quando há décadas atrás, a exploração mineira estava no auge e a vida social efervescia. Os projetos culturais só sobrevivem da continuidade e da perseverança - Vagabundas é um dos projetos dos Cepa Torta que procura essa continuidade e a criação de pontes de conhecimento e empatia entre o interior e a grande cidade."


MAIS INFORMAÇÕES 

www.cepatorta.org/residencias

 

 

 


Data de publicação: 02-02-2023