KIF - KIF, espetáculo de teatro com coprodução do Teatromosca e Théâtre de la Tête Noire

Teatro
KIF - KIF, espetáculo de teatro com coprodução do Teatromosca e Théâtre de la Tête Noire
29 e 30 junho em França | 4 e 6 de julho em Portugal

Catarina Lobo

O espetáculo Kif-Kif, que deriva do árabe «kif» que poderá significar «igual», une o teatromosca (Sintra) à companhia francesa Théâtre de la Tête Noire (Saran) e à estrutura de criação artística Terceira Pessoa (Castelo Branco).
 O cenário deste espetáculo (orientado para o público juvenil) será o palco da final do Campeonato da Europa 2016 que decorreu em França e que ditou a vitória da equipa portuguesa depois de uma emocionante final jogada com a equipa anfitriã. Uma equipa portuguesa composta por 9 jovens jogadores-atores (não-profissionais), 2 jovens profissionais e 1 treinador-encenador. Uma equipa francesa com a mesma composição. Dois árbitros-dramaturgos. Táticas diferentes. Uma final jogada, pelo menos, em duas mãos: em Portugal e em França.
 A ideia de que há um abismo insuperável entre Teatro e Desporto é altamente discutível. Ambos apresentam espetáculos públicos que, de algum modo, podem refletir a sociedade. A única diferença residirá na incerteza do resultado. Se formos assistir a uma representação de «Hamlet», ao contrário de um jogo de futebol, muito provavelmente, já conheceremos o resultado de antemão. No seu melhor, todo o desporto será também uma forma de drama ou um evento mais ou menos teatral(izado). O que dizer do último Europeu de Futebol, que consagrou a seleção portuguesa como campeã da Europa? Aristóteles, que entendia tudo sobre a húbris e para quem a ação era a base de todo o drama, estaria certamente nas bancadas a assistir à final do Euro 2016 em Paris.
 Persiste a suposição generalizada de que o desporto é um veneno para as bilheteiras do Teatro, supostamente porque aliena uma audiência feminina, o que acaba por ser um insulto grotesco à miríade de mulheres que ora joga ou assiste a todo tipo de desportos. Por outro lado, associa-se o desporto e, mais concretamente, o futebol ao fanatismo, como se fosse uma espécie de guerra tolerada em tempos de paz. Pretende-se, pois, quebrar preconceitos e reconhecer uma afinidade profunda entre o desporto competitivo e os padrões agradáveis da arte, num espetáculo que pretende colocar em jogo questões relacionadas com a identidade nacional, a violência, o racismo, o estado da Europa...
 
/
Ficha técnica e artistica:
Texto: Leila Anis e Jorge Palinhos
Direção artística: Pedro Alves e Patrice Douchet
Cenografia: Pedro Silva
Design gráfico: Alex Gozblau
Tradução: Thomas Resendes
Vídeo: Ricardo Reis
Fotografia: Catarina Lobo
Desenho de luz: Gilles Rodriguez
Operação técnica: Carlos Arroja e Raphaël Quédec
Direção de produção: Maria Carneiro e Fanny Prud'homme
Produção executiva: Inês Sofia e Morgane Pichot
Coprodução teatromosca, Théâtre de la Tête Noire e Terceira Pessoa
Parceria: Casa Seis
Apoio: Institut Français Région Centre-Val de Loire, Institut Français de Lisbonne, Villes de Saran, Ministério da Cultura de Portugal - Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Sintra, Junta de Freguesia de Alguava e Mira Sintra e União de Freguesias de Cacém e S. Marcos
Atores: Filipe Araújo, Ana Gil e 9 jovens atores portugueses não-profissionais + Alexandre Servage, Ariane von Berendt e 9 jovens atores franceses não-profissionais 

/
Locais, datas e horários de apresentação:
29 e 30 junho > Théâtre de la Tête Noire (Saran - França)
4 julho > AMAS - Auditório Municipal António Silva (Cacém - Portugal)
6 julho > Cine-Teatro Avenida (Castelo Branco - Portugal)

/
Mais informações:
https://teatromosca.weebly.com
http://www.theatre-tete-noire.com
http://terceirapessoa.pt