Tal como a visão natural, o estereoscópio requer imagens duais separadas representando o mesmo objecto a partir de perspectivas ligeiramente diferentes, definidas desde o intervalo correspondente à distância interocular humana. Apresentadas a cada olho, separadas mas simultâneas, são fundidas numa única cena 3D. O que o Viewmaster proporcionou às nossas infâncias pré-virtuais foi a profundidade recreativa na autonomia ocular entre o perto e o distante. O dispositivo externo desagrega e interpela os processos da visão ciclópica, e desarticula dois reflexos que a selecção natural tornou solidários: o de cruzamento dos campos visuais de cada olho e o da focagem.
A relação com a obra de arte pode ser, através do dispositivo artificioso, maximamente naturalizada: imagens que aparecem planas podem ser devolvidas à profundidade tridimensional. Se o Viewmaster se confunde com certas infâncias é porque as situa naquilo que as define essencialmente: no facto de serem uma tecnologia de recuperação de mundos superficiais.

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Ficha artística:
Olinda Gil, Pedro Cabral Santo, Bruno Cecílio, Paulo Carmona, Tiago Baptista, Nuno Rocha, Sandra Zuzarte, João Timóteo, João Azevedo, Francisca Branco, Eduardo Matos, Bruno Canas, Filipe Rego, Telmo Alcobia, Ricardo Ferreira, Francisco Luís Parreira, João Vinagre, Paulo Santos, Ruy Otero

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Ficha técnica:
Coordenação Geral: Ruy Otero
Produção: Ricardo Escardula, Carla Cardoso, Francisca Branco
Design Gráfico: João Vinagre
Comunicação e Montagem: POGO

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Locais, datas e horários de apresentação:
Espaço POGO Rua da Cintura do Porto de Lisboa, Pavilhão 403, Lisboa
inauguração: 3 novembro de 2018, 21h
período da exposição: 4 novembro a 15 dezembro 2018
horário: quarta a sexta, das 19h às 23h
sábados: das 16h às 23h
Entrada livre

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Mais informações:
Associação POGO Teatro
info@pogo.pt
www.pogo.pt
www.facebook.com/POGOteatro