O FIAR A VILA vai decorrer em Palmela nos dias 25 e 26 julho

Cruzamento disciplinar
O FIAR A VILA vai decorrer em Palmela nos dias 25 e 26 julho

“Penélope” de Tiago Vieira. Fotografia de Alípio Padilha

Sinopse:
Nos próximos dias 25 e 26 de julho, o FIAR/Centro de Artes de Rua, apresenta FIAR – A Vila. Serão dois dias de programação com espetáculos, performances e intervenções artísticas, em papel, em vídeo e ao vivo que vão acontecer em diversos espaços da vila de Palmela. Circo contemporâneo, instalações, performances, dança, teatro e música fazem parte do programa e as entradas são gratuitas, mediante reserva prévia. FIAR – A Vila celebra e homenageia Dolores de Matos (Lola), encenadora, atriz e anterior diretora do FIAR/CAR, falecida no ano passado. Neste FIAR 2020 propõe-se a arte de fiar juntos em tempos de distância.

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Locais, datas e horários de apresentação:

Programação:

Dia 25 de julho
16h 
Dramaturgia de RUA – Instalação FIAR 
Vários autores: Dolores de Matos, João Pedro Azul, Ricardo Gomes Gonçalves, Carolina Bettencourt, Ricardo Falé, Pedro Ferrão, Wagner Borges, Iolanda Rodrigues, Miguel Reis.
Local: diferentes locais da vila de Palmela | Duração: durante todo o evento | Classificação: todos
Sinopse
A palavra não pode ser silenciada, dos teatros, dos livros, dos textos, das bocas e das paredes que as ouvem, veem e leem. As palavras constroem-nos os pensamentos, constroem narrativas e transformam os lugares onde elas pousam. Esses lugares, de repente e através delas revelam outras paisagens, novos horizontes internos e/ou externos, coletivos ou individuais. A dramaturgia aborda a vila, constrói as suas histórias e a palavra revela a sua força.
Vários autores foram convidados a produzir pequenos textos que, após serem tratados dramaturgicamente, são divulgados em formato de cartaz A0.

16h30
A Música Anda na Rua – Animação de rua 
Rini Luyks
Local: itinerante. Ponto de partida: miradouro Serra do Louro; termina no Largo São João| Duração: 1h | Classificação: todos
Sinopse 
Um músico percorre as ruas do centro histórico de Palmela. A sua música vai enchê-las com as sonoridades do seu reportório, de encanto e de sedução.

16h45
A Vila a Fiar – Performance participada e instalação
Paula Moita (Artista plástica)
Gonçalo Freire (Ator)
Local: centro histórico de Palmela | Duração: performance de 30m e instalação durante todo o evento | Classificação: todos
Sinopse
Tentemos desvendar a arte de fiar juntos. Sentir a textura dos fios da vida. Perceber como o novelo se desenrola, por vezes ágil, por vezes frágil na voz, na mão e no lugar de cada um de nós. Em cada ponto aperfeiçoamos o passo, todos juntos fiamos caminhos para novas relações, novas visões, lugares, novos mundos.

18h
Le Voyage du Balayeur – Circo contemporâneo
Criação e interpretação: Clara Solezi e Diogo Santos
Local: Largo 5 de Outubro | Duração: 35m | Classificação: todos
Sinopse
Sou um vulgar varredor. Todos os dias encontro imensas coisas na minha vida: coisas que as pessoas perdem, coisas que elas não querem mais tocar, ver ou usar. Encontro papéis, fios de ouro... e um dia encontrei um livro...

20h30 
FOmE de Parede – Instalação Revista FOmE 
(repete no dia 26)
Local: centro histórico de Palmela | Classificação: todos
Sinopse
A FOmE sai do papel para as paredes de alguns edifícios de Palmela. Durante algumas horas surgem pinturas, ilustrações, fotografias de artistas FOmE, em fachadas do centro histórico de Palmela. São pinturas efémeras reproduzidas através de projeção vídeo, com o objetivo de acordar temporariamente os espaços devolutos ou escondidos do centro histórico, levando a arte emergente a todos os públicos em espaços inesperados. 

21h30
Pele – Teatro
Encenação: Ricardo Guerreiro Campos
Interpretação: Teatro As Avozinhas e Ricardo Guerreiro Campos
Produção: FIAR/CAR
Local: com instalação no Largo S. João Baptista | Duração: aprox. 40m | Classificação: m/12
Sinopse
Pele um projeto visual e performativo que procura mapear o corpo através das suas relações físicas e dos seus vestígios, intentado numa dramaturgia do branco e da pele. Em Pele o corpo é paisagem e memória e afeto e suor; é o espaço vazio que fica entre os corpos – entre corpo e lugar, entre palavras e gestos, entre ação e inércia. Será o corpo um espaço comum? Agora é o corpo vivo, respirado – a cama aberta ao mundo. Pele pesquisa, assim, a transversalidade da pele através da anulação identitária. O que é a pele velha? A pele nova? – a Pele é a almofada de todos os corpos. Pele são as escolhas de proximidade na história de cada indivíduo.

23h
A Interrupção  (Pausa para Intervalos) – Teatro
Conceito, encenação e dramaturgia: Bruno Humberto e Rui de Almeida Paiva
Intérpretes e co-criação: Celestino Pinto, Bruno Humberto, Isadora Alves
Com a participação de: Joaquim Manuel e Bibiana Maria
Voz-off: Sara Pinto
Música: Philippe Lenzini
Design de Luz: Gonçalo Alegria
Produção executiva: Marta Moreira
Local: Cineteatro São João (palco) | Duração: aprox. 1h15m | Classificação: m/6
Sinopse
Para que não se afunde num insuportável mar de desespero, a Natureza atribuiu ao Homem a faculdade de aceitar que se encontram, à proa e à popa da sua existência, dois buracos negros inapreensíveis. Entre eles, um Intervalo. Porém, em certas ocasiões, ao longo desse grande Intervalo, o Homem fica preso a pequenas suspensões, interrupções, impasses... E é precisamente emaranhado a um desses instantes sem princípio e sem fim que se avista (e se experimenta?) a própria ideia de eternidade.
Celestino prepara-se para entrar no barco... Pausa. Intervalo. Celestino entra em palco...

Dia 26 de julho
11h
Nesta rua que é sua – Animação de rua 
Criação, interpretação e produção: Diogo Duro 
Local: Itinerante. Centro histórico de Palmela | Duração: 1h30m | Classificação: todos
Sinopse
Um palhaço divertido e brincalhão que, em jogos de improvisação com o público, vai descobrindo os recantos e encantos das terras e locais por onde viaja no seu monociclo! Com o público, que faz questão de conhecer um por um, este curioso viajante conhece e dá a conhecer. Animação itinerante, de carácter interativo, que se adapta a vários locais e situações. Com jogos de magia, circo e música este personagem é capaz de fazer as delícias de miúdos e graúdos.

17h
Elo e Novelo – Dança/performance
Concepção, criação, interpretação: Leonor Keil
Cenografia, figurino: Henrique Ralheta
Músicos: Daniele Pistone, Marian Yanchyk e Mattia Corda
Local: Capela de Santiago – Castelo de Palmela | Duração: 50m | Classificação: m/12
Sinopse
O fiel amor de Penélope tem como adversário o tempo. Ela estica segundos, dribla minutos, dilata a duração dos dias. Obstinando-se nessa sua batota do amor. A impossibilidade de partir e a impossibilidade de regressar.
A necessidade, humana em geral e feminina em particular, de transformar a rotina imposta em prazer, a espera em esperança, o projecto em objecto, a obsessão em objectivo, a crença em missão.
Penélope é a alquimia do metamorfosear o banal em sublime, a manha em capacidade de adaptação. Ela é o talento para regenerar.

18h30
Huesos del Niño – Concerto  
Músico e compositor: Pedro Cunha 
Vídeo: Samir Noorali
Local: Ruínas da igreja de Santa Maria – Castelo de Palmela| Duração: 1h15m | Classificação: todos
Sinopse
O projeto a solo de Pedro Cunha traz-nos melodias harmoniosas com influências do flamenco, acompanhadas de subtis efeitos de delay que conduzem o público numa viagem de paisagens sonoras.
O primeiro EP de Huesos del Niño (ainda por sair) é marcado por alusões a episódios de amor e perda. A experiência é acompanhada pela vídeo-arte de Samir Noorali, uma filmagem noturna do músico na Serra da Arrábida, apenas orientado por luzes pontuais.

20h30
FOmE de Parede – Instalação Revista FOmE
(ver dia 25)

22h
Penélope – Performance/Dança
Direção, cenografia, coreografia, texto, dramaturgia e figurinos: Tiago Vieira
Intérpretes: Tiago Vieira, Nuno Pinheiro, Luís Coelho Graça, Crista Alfaiate
Apoio: ORG.I.A e Fundação GDA
Coprodução: FIAR
Local: Salão Nobre da Biblioteca Municipal de Palmela | Duração: 1h10m| Classificação: m/16 
Sinopse
Mais uma vez regresso a Penélope, como se fosse impossível escapar de uma grande Amor, de uma obsessão que começou na juventude a observar prostitutas com mais de 50 anos na Praça da Figueira mas que continua a contaminar a idade adulta. Uma obsessão que acompanha a escrita em noites de insónia, que me fez redescobrir uma relação intensa entre a espera, o amor, a resistência, a revolução. A Penélope que ultrapassa o mito e que é, tal como acontece nas minhas encenações, uma acumulação de conceitos, músicas, restos de filmes e, neste novo espetáculo, de fantasmas. Penélope é um conjunto de ecos, de vozes distorcidas vindas da infância, dos mortos transformados em números, esquecidos em valas comuns, enterrados nus em tempos de peste, é o corpo solitário a atravessar o Bairro Alto vazio, sem festa, são os corpos que desejam tocar e ser tocados, Penélope é o deserto e o escândalo de Rimbaud e Verlaine, é o amor de um quotidiano reabilitado de Cesariny e o seu amor por Cruzeiro Seixas que este ano completa 100 anos, é a linguagem crua do amor obsceno de Henry Miller e Anaïs Nin e também é o amor obsessivo de Camille Claudel. Penélope é tudo o que disse e muito mais, sempre uma metamorfose e nunca uma explicação, é uma poética cinematográfica, uma poética de flores que nascem e morrem, que acompanham os mortos no último momento, é o desejo de dançar um slow, é um Apocalipse quotidiano, um ampliar de ações quotidianas até alcançar a sua monstruosidade, é no fundo um pavor do abandono, é dizer o que magoa, são estado de inquietação, ridículos em quartos de hotéis, camas e cães. Penélope é isto e muito mais, porque aquilo que procuro nos espetáculos é o ritmo das obsessões, é o real desejo de tentar alcançar a voz subterrânea das coisas e dos seres, o lado anterior aos sentidos, sem metáforas restam estados de energia e de velocidades, sobreposições e a poesia paisagística, de corpos exaustos, em que a palavra e o corpo coreográfico procuram com um mapa possível encontrar esse lugar-pátria admirável imaginado por Rimbaud antes de desistir: O AMOR REINVENTADO.

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Informação sobre bilheteira:
Entrada gratuita mediante marcação prévia para o telefone: 926 003 000 
ou para o e-mail: fiarcultura@gmail.com (até 30 minutos antes do início dos espetáculos)
Espetáculos com lotação limitada.
O uso de máscara é obrigatório em recintos fechados.
Nos eventos de rua, recomendamos que mantenha as regras de afastamento social.

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Contactos da entidade promotora:
FIAR/CAR
Rua Humberto Cardoso, 12, 1ºC - Palmela
fiarcultura@gmail.com
https://www.facebook.com/artenaviladepalmela/