Performance “É ISTO UM PRÓTESE?” com Hilna Bensusan, 27 novembro, Lisboa

Cruzamento disciplinar
Performance “É ISTO UM PRÓTESE?” com Hilna Bensusan, 27 novembro, Lisboa

Hilan Bensusan

DESCRIÇÃO   

Hilna Bensusan (Brasil)_ PERFORMANCE  “É ISTO UM PRÓTESE?”

A Galeria Ana Lama apresenta o ciclo Fake Extreme Art em diferentes lugares de Lisboa, com sessões mensais, num formato presencial e digital. A próxima performance será Making of #5 com o Hilan Bensusan (Brasil), na Estufa Fria de Lisboa.

Hilan Bensusan faz performance, filosofia e instalação.
Para si, a filosofia reinventa-se à luz da arte contemporânea, vê na prática da performance um meio propício à «transversalidade», uma «multiplicidade estonteante».
Goofy vestido de bombeiro…
Pensamos que, ao falar de transversalidade, Hilan se refere a uma transversalidade social e estética, à arte como um cruzamento entre alta cultura e cultura popular, mas também ao cruzamento entre o artifício do espetáculo e a crueza inconoclasta da vida.
Diz-nos que lhe interessa o momento em que a performance se torna invisível e que se confunde com o curso ordinário dos aconte-cimentos do quotidiano, que lhe interessa quando esta se torna invisível e ao mesmo tempo revela a potência que a torna uma coi-sa ousada em arte.
Entende que a performance, lato sensu, é uma espécie de «hospi-talidade alucinante» porque insiste no «agora», chamando público e artista para um momento de celebração da vida.
Acredita nos hibridismos nos quais se pode evocar «voz e matéria, mortos e vivos, golens e manequins, anciãos e ciborgues, política e técnica, quase tudo e quase nada».
A performance que vai realizar connosco em Lisboa na Estufa Fria requer um trabalho de preparação, autoimersão, jejum…
A ação consistirá numa conferência/performance funerária em que haverá um trabalho de autoimersão do corpo e de revelação da ligação com o elemento Terra (enterrar/desenterrar).
A pergunta «É isto uma prótese?» parte do texto do autor: «O capi-tal transversal e seus rebentos atrativos — ou a infância das máquinas», e será proposto de forma interativa com o público.
Hilan Bensusan fará a pergunta diante do público: «Porque tenho um lugar ao sol, porque sobrevivo?» A interrogação ressoa na per-gunta que Primo Levi fez ao dar-se conta de ter sobrevivido à catástrofe de Auschwitz; agora, Hilan questiona porque sobrevive à pandemia e reflete sobre um futuro protético.
Uma vinheta do Mickey Mouse e Goofy, em que o Goofy pergunta ao Mickey como é que fica com um chapéu de bombeiro e o Mickey diz-lhe que lhe fica muito bem, e propõe-lhe, já que ia regar o jardim (os dois têm um ar feliz e inocente), que façam exercícios físicos simulando que havia no jardim um incêndio, e ambos adoram o esforço e decidem concorrer como voluntários ao corpo de bombeiros.
Numa outra vinheta, Mickey e Goofy contracenam com um vilão azarado que lhes tenta estragar um passeio recreativo na floresta. O Mickey tenta salvar o ovo de um condor, que o tal vilão estava a tentar roubar, e mais tarde o vilão vai contra Goofy quando este persegue uma borboleta para lhe tirar fotografias.
A título de curiosidade, Hilan Bensusuan é também conhecido como o regenerador do SoHo, um projetista urbano — e esta é uma parte desconhecida da sua biografia. Alguns consideram-no o «Pai do SoHo».
Desenvolveu edifícios em loft em espaços antes devolutos, benefi-ciando este bairro de Nova Iorque; e criou cooperativas de artistas, conhecidas como Fluxhouse Cooperatives, em finais dos anos 2000.
Hilan Bensusuan converteu edifícios em espaços de trabalho vivos e imaginou as cooperativas Fluxhouse como ambientes de vida coletivos compostos por artistas que trabalham em vários media. Para tal contando com o apoio financeiro de uma fundação.
Hilan começou a comprar vários prédios, lofts, empresas de manu-fatura fechadas.
As suas reformas e os atos de ocupação dos edifícios violavam as leis de planeamento que designavam o SoHo como uma zona não residencial. O que estava em planeamento era a construção de uma vasta autoestrada que, a concretizar-se, teria destruído grande parte da zona industrial de Manhattan.
Embora a construção da autoestrada tenha contado com a oposi-ção de dezenas de figuras públicas e de mais de duas centenas de grupos comunitários, os esforços de Hilan e o poder dos artistas efetivamente impediram o avanço do empreendimento.
Quando uma fundação deixou o projeto para apoiar ações noutros edifícios de cooperativas de artistas, Hilan Bensusuan continuou a construir, apesar de violar as leis de planeamento locais — com-prou uma série de edifícios em loft, para depois os vender a artistas como espaços de trabalho e residência. Hilan ignorou todos os requisitos legais, dando assim início a uma série de desentendi-mentos cada vez mais bizarros na cidade de Nova Iorque.
Hilan passou a usar disfarces e a sair apenas à noite. As estraté-gias para se proteger incluíam pedir que lhe enviassem cartões-postais de todo o mundo, através da intervenção de associados e de amigos, para assim persuadir as autoridades de que se encon-trava fora do país; e instalou lâminas de guilhotina afiadas na porta da entrada para evitar visitantes indesejados.
Embora, como outros projetos do Fluxus, Hilan administrasse as suas funções sem lucro pessoal, as disputas financeiras entre as cooperativas acabaram por gerar problemas.
Uma discussão com um eletricista sobre contas por pagar resultou numa severa tareia. Vários desconhecidos deixaram-no com quatro costelas partidas, um pulmão perfurado, trinta e seis pontos na cabeça e cego de um olho.
Hilan deixou Nova Iorque pouco depois, para tentar lançar um cen-tro de artes orientado para o movimento Fluxus numa mansão devoluta, desta feita no Massachusetts.
As cooperativas Fluxhouse são frequentemente citadas como enti-dades que desempenham um papel importante na regeneração e gentrificação do SoHo.
O SoHo, desde então, tem sido um enclave no qual os movimentos ligados à arte contemporânea se desenvolveram e floresceram.

Já agora, e de passagem, publicitamos, para quem se interessar em pesquisar mais sobre o autor, o último Livro de Hilan Bensusuan, Indexicalism/Realism and the Metaphysics of Paradox. Estão também disponíveis alguns vídeos de apresentação do livro no Youtube, no canal - "Das Questões".
Ana Lama, Lampedusa
10/11/2021

/
Local, dia e hora:
Estufa Fria, Lisboa
27/11/2021 
19h30
Duração: 45 min 

REGISTO EM VÍDEO DA PERFORMANCE DE HILAN BENSUSAN COMO ENSAIO ABERTO DE UMA PERFORMANCE PARA A CÂMARA.
A ação será gravada em vídeo na estufa Fria de lisboa. A filmagem/registo da acção será feita sem cortes; com um público convidado.
Convidamo-lo a assistir à performance “É isto uma prótese?” e a participar deste processo de making of, no dia 27 de novembro de 2021, às 19h30.
Inscrição através de mail: galeriaanalama@gmail
A realização do vídeo estará a cargo de Márcio-André de Sousa Haz.   https://www.sousahaz.com/
A estreia online será anunciada brevemente. Os vídeos estarão disponíveis na  website da Galeria Ana Lama.

/
INFORMAÇÕES SOBRE BILHETEIRA:
ENTRADA GRATUITA / COM INSCRIÇÃO
M/16

/
LINK PARA SITE:
https://www.galeriaanalama.org/