UMA BARRAGEM CONTRA O PACÍFICO, pelo Companhia de Teatro de Almada, 14 março a 6 abril, Almada

Rui Mateus
DESCRIÇÃO:
Estamos em 1931: o contexto em que decorre UMA BARRAGEM CONTRA O PACÍFICO é comum a vários dos países europeus que ainda tinham colónias no século XX. Concretamente, fala-se do logro em que caíram milhões de pessoas atraídas pelos ‘El Dorados’ noutros continentes, bem como da iniquidade dos sistemas extractivistas nos quais os autóctones eram uma mera força de trabalho. A personagem central desta história é uma mãe, antiga professora primária, que fora casada com um professor. Seduzido pela propaganda colonial, esse casal partira para a Ásia na expectativa de um futuro melhor. Após alguns anos relativamente felizes, o pai morre e a mãe fica sozinha com os dois filhos, Joseph e Suzanne. Durante dez anos trabalha como pianista no Cinema Éden, junta um pé-de-meia, e acaba por conseguir obter, após sucessivas tentativas, a concessão de um terreno para cultivo junto da administração colonial francesa. Só que os responsáveis pelo governo da colónia, uma vez que não receberam qualquer soma por debaixo da mesa, acabam por atribuir-lhe uma parcela incultivável. Esta mãe, cujo único objectivo de vida consiste em deixar um pequeno pecúlio aos filhos, que ama extremosamente, acaba por obstinar-se na construção de uma barragem contra as marés do Pacífico, de forma a proteger as suas terras e as dos seus vizinhos. Essa barragem periclitante acaba por ser construída, graças à força de trabalho de centenas de camponeses levados pela sua esperança. Só que, durante a época das marés vivas, o mar destrói-a por completo. É neste momento que se inicia a história que nos é contada por Marguerite Duras. Essa mãe, Joseph (com vinte e poucos anos), e Suzanne (uma adolescente) levam uma vida penível no seu bungalow desengonçado, construído no meio da concessão de terreno que lhes foi atribuída, e que a todo o momento poderá ser-lhes retirada pela Administração colonial. Que fazer? A energia e a esperança ainda não abandonaram esta mãe, que — numa espécie de loucura meticulosa, dissimulada e lúcida — toma o freio nos dentes, ao passo que teme a partida definitiva e inevitável dos filhos. UMA BARRAGEM CONTRA O PACÍFICO, o romance que em 1950 celebrizou em França Marguerite Duras, gira em torno das fúrias e dos amores de Joseph, da resignação de Suzanne, das intrigas de um certo Senhor Jo (filho de um rico negociante de terrenos) para seduzi-la, da morte da mãe, e da partida dos filhos para uma vida quiçá melhor. Duras baseou-se na sua biografia para contar uma história dominada pelo sol, o álcool, a imensa miséria dos asiáticos e dos colonos pobres, as alternâncias entre o riso louco e a tristeza — e uma sensualidade violenta.
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FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA:
Texto MARGUERITE DURAS
Adaptação GENEVIÈVE SERREAU
Tradução LÚCIA LIBA MUCZNIK
Encenação ÁLVARO CORREIA
Cenografia e Figurinos SÉRGIO LOUREIRO
Música SOFIA VITÓRIA
Desenho de Luz GUILHERME FRAZÃO
Interpretação BRUNO SOARES NOGUEIRA, DAVID PEREIRA BASTOS, ERICA RODRIGUES, ÍRIS CAÑAMERO, JOÃO CABRAL, JOÃO JESUS, QIMING LIU, TERESA GAFEIRA
Conversas com o público nos sábados 15, 22, 29 Março e 5 Abril às 18h00 no foyer do Teatro Municipal Joaquim Benite
Dia 15
O historiador David Luna de Carvalho e o antropólogo Max Ruben Ramos reflectem sobre a colonização, com Angola em pano de fundo
Moderação Joana Gorjão Henriques
Dia 22
A jornalista Paula Cardoso e o ensaísta Álvaro Vasconcelos debatem o colonialismo em Moçambique: antes e depois
Moderação Iolanda Évora
Dia 29 de Março
A historiadora Cláudia Castelo e a antropóloga Sónia Frias abordam a vivência em Moçambique sob o sistema colónia
Moderação Iolanda Évora
Dia 5 de Abril
A antropóloga Elsa Peralta e o assistente técnico Jorge Silva falam do que foi ser retornado
Moderação Joana Gorjão Henriques
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LOCAIS, DATAS E HORÁRIOS DE APRESENTAÇÃO:
Teatro Municipal Joaquim Benite, Avenida Professor Egas Moniz, s/n, 2804-503 Almada
14 de Março a 6 de Abril 2025
Quartas e Domingos às16h00
Quintas, Sextas e Sábado às 21h00
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INFORMAÇÕES SOBRE BILHETEIRA:
de quarta a sábado das 13h30 às 22h30
domingo das 13h30 às 19h30
917 433 120 / 212739360
bilheteira@ctalmada.pt
https://cta.bol.pt/
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CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA:
M/12
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LINK PARA SITE:
www.ctalmada.pt