Reunindo os resultados artísticos de um programa de residências único, a exposição “(O)postos Coincidentes” apresenta na Casa da Liberdade – Mário Cesariny, em Alfama, entre 23 de setembro e 22 de novembro de 2025, obras de cinco artistas emergentes — José Oliveira, Ruca Bourbon, Sara Santos e a dupla Time for the Oniric (Micaela Guedes e Carina Prazeres). Os participantes foram selecionados através de uma open call de âmbito internacional, que recebeu mais de uma centena de candidaturas. Destas, 28 finalistas avançaram para uma segunda fase, da qual resultaram os cinco artistas agora apresentados, escolhidos pela combinação entre a votação do público e a avaliação do júri internacional.

Promovido pelo Coletivo Multimédia Perve – Associação de Arte e Cultura, em colaboração com a Casa da Liberdade – Mário Cesariny e Perve Galeria, e com o apoio da Direção-Geral das Artes, este projeto foi concebido como um espaço de reflexão sobre as interseções entre memória, identidade e futuro, afirmando a arte como lugar de encontro, questionamento e transformação.

Com curadoria de Carlos Cabral Nunes, a exposição reúne obras desenvolvidas durante as residências artísticas, atravessando diferentes disciplinas como o desenho, pintura, instalação, escultura, fotografia e colagem. Apesar da diversidade de abordagens, os projetos partilham preocupações comuns com temas como a solidão, a impermanência e a condição humana num mundo cada vez mais hipertecnológico. Entre narrativas visuais de natureza surreal, experimentações com imagem analógica e ecologias especulativas, o público é convidado a refletir sobre o espaço entre presença e ausência, natureza e artifício, tempo e intemporalidade.

“(O)postos Coincidentes” insere-se num ciclo mais amplo de celebrações simbólicas: os 75 anos da segunda e última exposição de “Os Surrealistas”; os 50 anos da independência dos países africanos de língua portuguesa; e os 25 anos da fundação da Perve Galeria. Neste contexto, a exposição afirma- se não apenas como o culminar de um processo criativo, mas como testemunho de que a arte continua a ser uma das últimas fronteiras onde os opostos podem colidir, coexistir e, em última instância, transformar-se.