“O Arquitecto e o Imperador da Assíria”, até 14 dezembro, Teatro Comuna, Lisboa

Teatro
“O Arquitecto e o Imperador da Assíria”, até 14 dezembro, Teatro Comuna, Lisboa

©  Pedro Soares

O Espelho Ainda Está Partido?
Há perguntas que o tempo não apaga. Pelo contrário, torna-as mais urgentes, mais afiadas. Em 1967, quando Fernando Arrabal escreveu “O Arquitecto e o Imperador da Assíria”, o mundo debatia-se com as suas próprias ruínas e reconstruções. A civilização questionava a sua própria definição, a barbárie espreitava sob o verniz do progresso, e a liberdade era uma miragem para muitos.
Soa familiar? Hoje, mais de meio século depois, olhamos à nossa volta e a pergunta ecoa com uma força renovada: em que ilha deserta nos encontramos? Quem dita as regras do nosso mundo? Quem é o “civilizado” e quem é o “selvagem” numa sociedade que consome tudo, desde a natureza até à própria identidade?

A Comuna – Teatro de Pesquisa, fiel à sua missão de ser mais do que um palco, mas um laboratório do presente, regressa não com uma resposta, mas com a mais pertinente das provocações. Trazemos de volta este texto icónico de Arrabal porque a sua relevância não diminuiu. Pelo contrário, tornou-se viral.

O “Imperador” vive numa era digital que nos ensina a “falar”, a “pensar” e a “sentir” através de algoritmos. Enquanto o “Arquitecto” vive numa poética mágica.

A peça de Arrabal é o espelho grotesco e hilariante da nossa sociedade deteriorada: uma sociedade onde os jogos de poder são disfarçados de entretenimento.

O que acontece quando o mundo da razão choca com o mundo sensível? Quando o poder e a inocência trocam de máscara tantas vezes que já não sabemos quem é quem?

Nesta temporada, a Comuna não vos convida apenas a assistir a uma peça. Convida-vos a participar numa autópsia. Uma autópsia da nossa “civilização”, das nossas relações, das nossas próprias contradições. Porque o grande teatro, o teatro que investiga e que incomoda, não nos dá o conforto das respostas fáceis. Ele entrega-nos o bisturi e pergunta: “Onde dói mais?”

A cortina vai subir. E a ilha somos todos nós.


FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Texto: Fernando Arrabal
Encenação e versão cénica: João Mota
Tradução: Luís Vasco
Interpretação: Francisco Pereira de Almeida e Rogério Vale
Assistentes de Encenação: Miguel Sermão e Madalena Nestório (Estagiária da Escola Secundária D. Pedro V)
Desenho de Luz: Paulo Graça
Ambiente Sonoro e Sonoplastia: Hugo Franco
Cenografia: Renato Godinho e João Mota
Teasers: Jorge Albuquerque
Operador de Luz/Som: Hugo Franco e Bruno Simões
Técnicos de Montagem: Renato Godinho e Assunção Dias
Fotografia: Pedro Soares
Gabinete de Produção: Rosário Silva, Carlos Bernardo e Catarina Oliveira
Assistência Geral: Assunção Dias, Selma Meira e Julieta Lucas
Estagiário Técnica: Bruno Simões


LOCAIS, DATAS E HORÁRIOS

23 de outubro a 14 de dezembro 2025
4ª e 5ª feiras: 19h / 6ªfeira e Sábados: 21h / Domingos: 16h
Sala Nova – Teatro Comuna
Lisboa


BILHETEIRA

Horário de Bilheteira: 4ª e 5ªfeira das 15h às 19:00h, 6ªfeira e Sábado das 15h às 21:00h, Domingo das 14h às 16h
Reservas : 217 221 770 ou reservas@comunateatropesquisa.pt
→ comprar online
Fnac, Worten e locais habituais


CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA 

M/14


MAIS INFORMAÇÕES

www.comunateatropesquisa.pt