Até 22 de fevereiro Exposição "Baixagrafia", de Joana Corker na Casa da Esquina | Coimbra

Cruzamento disciplinar
Até 22 de fevereiro Exposição "Baixagrafia", de Joana Corker na Casa da Esquina | Coimbra

JoanaCorker

Sinopse:
"Quando a Casa da Esquina me convidou a fazer uma Marquise, pensei “Caramba, e agora?... O que vou expor?”. Isto porque, no meu trabalho diário, não sou uma ilustradora, mas sim uma designer que utiliza a ilustração como uma das suas ferramentas de trabalho. À procura de um tema, lembrei-me de um post de Facebook que escrevi quando soube que a loja Hortícola de Coimbra ia fechar. Eu não sou muito opinativa nas redes sociais, mas a reacção que esse desabafo gerou fez-me perceber que haveria mais pessoas com a mesma preocupação. Este é um excerto: “Quem se lembra da mítica loja Eduardo Neves com os seus funcionários sempre prontos para contar piadas ou perguntar adivinhas, cercados por móveis de madeira recheados de frascos, frasquinhos, pregos, materiais de construção, artigos de casa e afins? Quando fecha este tipo de loja, não fecha apenas um negócio, perdem-se histórias e amizades.”

Como contraponto a este cenário, onde a memória tem um papel crucial, é também verdade que a urbanidade da Baixa, enquanto organismo vivo, está sempre em mutação. Para melhor ou para pior? O tempo o dirá... E lá, para ver, estarão as pessoas que, ao longo dos anos, têm mantido os seus negócios abertos ou arriscado abrir novos, naquela zona da cidade. A somar a isso, parece haver no ar um sentimento de que a Baixa é um local com enorme potencial onde, além do comércio e dos serviços, se podem incentivar actividades culturais que fortaleçam a ideia de comunidade e de usufruto de um espaço público que é de todos.
Voltando ao desafio da Casa da Esquina, pensei então na riqueza da história gráfica que a Baixa de Coimbra foi perdendo e, consigo, a sua identidade. De forma instintiva, numa espécie de arqueologia visual, comecei a reunir material gráfico diverso, como reclames, sacos e recibos, baseando-me em objectos que tinha em casa e em fotografias antigas. Para executar as peças expostas e, através delas, propor algum tipo de reflexão, utilizei maioritariamente lápis de cor aguareláveis, o que, pela sua  minúcia, me obrigava a dedicar bastante tempo a cada ilustração. Com esta técnica tentei apropriar-me, de forma propositadamente lenta, do trabalho artístico que, ao longo dos anos, me foi preenchendo a memória visual e, igualmente importante, a memória emocional, a cada deslocação minha, à Baixa.

Nota biográfica
Coimbra é a minha cidade, a cidade onde nasci, cresci e aprendi a ser designer de comunicação na ARCA-EUAC, há 15 anos. Trabalhei em gabinetes de design, arquitectura e até departamentos de marketing mas, nos últimos anos, tenho-me focado mais no meu trabalho como freelancer e nas lides de baterista/organista/cantora.

/
Locais, datas e horários de apresentação:
Até 22 de fevereiro
Entrada Livre

/
Contactos da entidade promotora
Casa da Esquina
Rua Aires de Campos nº6, 3000-014, Coimbra
239 041 392/ 92 909 06 28
geral@casadaesquina.pt
https://www.facebook.com/casadaesquina/