10 a 30 outubro 2019, Alenquer / “Lu.gar.oculto instalação #4. Silêncio - A voz dos vencidos”, pela Memoria Imaterial

Cruzamento disciplinar
10 a 30 outubro 2019, Alenquer / “Lu.gar.oculto instalação #4. Silêncio - A voz dos vencidos”, pela Memoria Imaterial

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Sinopse:
(pela pela Memoria Imaterial)

Somos todos sobreviventes.

Sob os nossos pés a terra é feita de vozes e ossos de incontáveis vagas humanas. Aos mortos devemos o que temos e o que somos hoje.

Nós, os vivos, gostamos de organizar os nossos vislumbres do passado por eras. Referenciamos essas eras com os nomes vencedores de heróis, ideologias, religiões e sistemas.

Nesta dinâmica global em que se transformou a humanidade os vencedores são escassos, transitórios, mas marcantes. Vivemos sob as suas regras, a sua cultura, o seu mercado, o seu medo, a sua memória.

Os vencidos são a enorme maioria que vive num silêncio ensurdecedor, tantas vezes autoimposto. Os vencidos acreditam na sua derrota, aceitam a sua menoridade perante os vencedores. Calam. Esquecem a sua originalidade, perdem a sua visão do mundo, a sua cultura. Ninguém sai inteiro deste jogo: os vencedores obliteram parte de si mesmos para vencerem. Esta é a antiga tradição das sociedades humanas, o balanço do desequilíbrio.

Esta instalação estreia no Museu Damião de Góis e das Vítimas da Inquisição em Alenquer, um espaço que, por si, representa uma erupção das vozes vencidas que procuram testemunhar a sua permanência no delicado tecido da humanidade, sobrevivendo à aniquilação decretada, instituída.

Com este Lu.gar.oculto instalação #4, procuramos quebrar este silêncio com vozes - reais, fictícias e ficcionadas - sugadas deste grande vazio prenhe de dor sublimada, alegrias secretas, e reflexões amargas. Articula-se a partir das pinturas de Carlos Augusto Ribeiro, que prolonga a vida de um heterónimo anónimo que iniciou a sua carreira em 2017 na exposição e livro Dito Isto, - um pintor de anúncios e cartazes publicitários, um personagem que delapidou a vida publicitando utopias, revoluções e estratégias comerciais alienígenas. Este pintor anónimo tem uma obra secreta que produz uma série de "descortesias, rascunhadas em papeis velhos, enviadas para si próprio … apelos mortos do vazio interior. A ideia é o seu cão. Um rastro de palavras. Pó de giz."

Conta ainda com intervenções multi-plataforma (escultura, vídeo e som) de José Barbieri, Rafael Del Rio e Eva Ângelo, pequenas gotas em pedra dura…

Luís Correia Carmelo cria momentos performativos a partir do relato histórico da matança da Páscoa de 1506 e de Contos da tradição oral judaica.

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Ficha artística e técnica:
Direção artística: José Barbieri
Pintura: Carlos Augusto Ribeiro
Performance: Luís Correia Carmelo
Instalação multiplataforma: José Barbieri, Eva Ângelo, Rafael Del Rio

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Locais, datas e horários:
10 a 30 de outubro de 2019 (de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00; dia 10 às 21h00 e dias 11 e 12 às 16h00)
Integra a programação de LU.GAR – cruzamentos disciplinares
Museu Damião de Góis e das vítimas da inquisição, Alenquer

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Bilheteira:
Entrada livre, mediante marcação prévia através do número de telefone (+351) 961 502 10

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Público:
Classificação etária: M/14 

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Contactos: 
T. (+351) 961 502 105 
E. lu.gar.alenquer@gmail.com

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Mais informações:
https://memoriamedia.net/lugar/index.php/lu-gar-oculto
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