47º Festival Estoril Lisboa, 25 de junho a 23 julho - 26 novembro a 18 dezembro

Música
47º Festival Estoril Lisboa, 25 de junho a 23 julho - 26 novembro a 18 dezembro

SINOPSE:
É o segredo um símbolo de poder?

Há quem considere que as circunstâncias em que D. Manuel I acede ao trono são de “mistério e profecia”. O seu nascimento no dia do Santíssimo Sacramento quando, na altura do parto, a procissão passava à porta da sua casa, tornou Manuel no Emmanuel das profecias, revestindo-se de uma densidade profunda na vida e espirito do rei. A dimensão do seu reinado, da expansão que paulatinamente se processou e da relação com o mundo exterior, criou o início de um secular multiculturalismo que se estende aos dias de hoje só possível graças a um projecto onde o segredo ocupa um lugar preponderante e se expressa, tantas vezes, pelo simbolismo. Vários são os segredos que a arte manuelina guarda numa expressão gótica muito específica, na qual os símbolos pessoais do rei e o seu poder temporal e espiritual se manifestam pela presença da Esfera Armilar e da Cruz de Cristo como desígnios divinos para o seu reinado, símbolos que apenas se encontram em Portugal. Dir-se-ia que o “Manuelismo” na sua exuberância de formas e ornamentos naturalistas ou simbólicos, terrenos e religiosos, revela na pedra e na joalharia os segredos da mensagem do rei.
Celebramos os que nascem e homenageamos os que morrem. Mas sendo a vida de um povo um rio sem fim, a ligação com o passado pode ser uma celebração onde aprendemos com os erros e as virtudes dos que nos antecederam. Talvez seja outro “segredo”, demasiado evidente para alguns, ignorado para outros.
Por isso, o segredo do festival de 2021 não é mais do que um pouco de tudo, tendo a figura tutelar de D. Manuel como referência e fio condutor no V Centenário da sua morte. A encomenda a Nuno Côrte-Real de um “Magnificat” dedicado ao Rei Venturoso, ou a de uma obra baseada no “Auto da Alma”, de Gil Vicente, a Tiago Derriça, ou, ainda, o “Requiem pelo Venturoso”, reconstituição musical da “Missa de Requiem”, aquando da trasladação do corpo do rei para a nova Capela-Mor dos Jerónimos, a mando de D. Sebastião, pode, de certo modo, sintetizar o espirito da 47ª edição do festival. A preponderância das vozes e do órgão, que tanta música extraordinária criou e fez na época, terá um brilho renovado ao longo de um conjunto de programas cativantes de grande riqueza personificados no Coro Gulbenkian, Ensemble Polyphonos, Voces Caelestes e Officium Ensemble e em obras de caracter religioso de compositores do século XXI como, Vito Zuraj, Alberto Colla, Gabriel Erkoreka, apresentadas em estreia em Portugal, Arvo Pärt, Morten Lauridsen, Edward Elgar, ou o “Requiem a capella”, de Johannes Ockeghem (seculo XV), considerado o primeiro “requiem” da história da música europeia, entre tantos outros compositores que discorrem desse tempo até aos nossos dias. O simbolismo de A Canção da Terra, de As Sete últimas palavras de Cristo ou do Concerto de Natal, na abertura e fecho do festival, é outro elemento que enriquece o percurso de 2021.
Não temos a certeza de que o segredo seja um símbolo de poder. É, sim, próprio da condição humana. Gozemos, então, os segredos da música.

Toda a programação em www.festorilisbon.com

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LOCAIS, DATAS E HORÁRIOS DE APRESENTAÇÃO:
De 25 de Junho a 23 de Julho e de 26 de Novembro a 18 de Dezembro
rm@festorilisbon.com

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INFORMAÇÃO SOBRE BILHETEIRA 
Desde 8.00 a 15.00 euros
Descontos de 50% para menores de 25 e maiores de 65
www.Ticketline.sapo.pt

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CONTACTOS:
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