“RURAL MENTAL” / Binaural – Associação Cultural de Nodar, 13 setembro a 2 outubro, Castro Daire

Cruzamento disciplinar
“RURAL MENTAL” / Binaural – Associação Cultural de Nodar, 13 setembro a 2 outubro, Castro Daire

O programa de residências artísticas da Binaural Nodar para 2021, que celebra quinze anos de acolhimento artístico em artes sonoras, media e performance em contextos rurais da região portuguesa de Viseu Dão Lafões, propõe como tema para os projetos a acolher diálogos artísticos entre os lugares e as experiências psicológicas e íntimas, a serem criados a partir do contacto direto com paisagens e comunidades rurais locais e/ou emanados de reflexões e experiências pessoais dos próprios artistas acolhidos. Esta residência artística será desenvolvida em parceria com a Biblioteca Municipal de Castro Daire (Castro Daire - Memória Sobre Rodas), fazendo parte da programação da celebração dos 20 anos de atividade da referida biblioteca.

Sol Rezza e Franco Falistoco (Argentina)
Os artistas sonoros argentinos Sol Rezza e Franco Falistoco desenvolverão um projeto sonoro, usando a arte rádio como fio condutor para construirem narrativas a partir da escuta do quotidiano feminino no contexto rural de Castro Daire. Ao longo da sua residência, os artistas acompanharão trabalhos agrícolas e caseiros e as relações sociais de mulheres de diferentes idades e condições sociais, tentando fazer emergir recordações que tanto poderão ser de dureza e de iniquidade silenciosa, como de alegrias e de superações passadas.
Sol Rezza (n.1982, Buenos Aires, Argentina) é compositora, engenheira de som e produtora radiofónica; especialista en desenho de som e composição no âmbito da música experimental e da arte radiofónica para diversos meios de comunicação, teatro, festivais e instalações. As suas obras de experimentação sonora têm como eixo principal a criação de ambientes sonoros imersivos mediante a transformação de gravações de campo, efeitos e sons envolventes. Participou com as suas obras em diferentes festivais e residências artísticas, entre os quais: Tsonami Festival (2019), Radio Art Residency – Radio Corax (2018), Hörspiel Sommer Leipzig (2016), CTM Festival (2015), Sonoras - Mujeres En El Arte Sonoro (2014), Sonophilia - Lincon’s Festival of Sound and Music (2014), Hörlursfestival (2013), Roundhouse Net Audio London Festival (2011).

Simon Whetham (UK)
O artista sonoro inglês Simon Whetham trabalhará em redor do conceito do vento enquanto uma força invisível que se torna visível, através de desenhos e pinturas, usando vários tipos de colunas de som e materiais encontrados na área. As pinturas e os desenhos serão derivados do solo, mas também de plantas e outras matérias orgânicas encontradas em diversos locais. Observações serão escritas e registadas em cada um dos locais, sendo suficientemente abertas para incorporar o clima e a sensação do lugar, cores, cheiros, sabores, o clima e as memórias desencadeadas. A voz falada será gravada e palavras e frases serão escritas para serem apresentadas juntamente com as obras visuais resultantes.
Desde 2005, Simon Whetham desenvolve uma prática de trabalho com a atividade sonora enquanto matéria-prima para a criação. Usa sons do ambiente, empregando uma variedade de métodos e técnicas a fim de obter fenómenos sonoros muitas vezes despercebidos e obscurecidos. Ao apresentar o seu trabalho no contexto de uma performance ou de uma instalação, o espaço e os objetos internos tornam-se instrumentos para serem tocados. As suas investigações artísticas têm- no dirigido cada vez mais para projetos multidisciplinares, tornando seu trabalho mais visual e tangível. Atualmente, explora maneiras de reter os traços físicos do som e de transformar diferentes formas de energia. Whetham tem feito apresentações e exposto em múltiplos contextos internacionais como Fresh Winds Biennale 2018 e 2016 (IS), Nakanojo Biennale 2017 (JP), ACC Showcase 2018 (KR), Tsonami Festival 2017 e 2012 (CL), Madeiradig 2010 e 2011 (PT) e Moers Festival 2011 (DE); tem um grande número de trabalhos sonoros publicados em editoras especializadas, incluindo Mappa (SK), Crónica (PT) e Line (EUA) e colabora ainda com dançarinos, músicos, performers, pintores e videoartistas.

Daniel V. Melim (Portugal)
Daniel V. Melim irá desenvolver durante a sua residência artística em Castro Daire uma iteração do seu projeto de longa duração “Pinturas cantadas”, que reúne três vertentes do trabalho que desenvolve há 15 anos: artes visuais, performance / música e trabalho com pessoas. O objetivo é criar uma performance a partir de encontros informais com a população local, através de conversas com membros da comunidade sobre as coisas positivas e os problemas das suas vidas, e também sobre histórias locais. O artista colecionará objetos como móveis ou roupas velhas e pintará sobre eles. As pinturas estarão alinhadas com seu trabalho de pintura: uma mistura de imagens com forte inclinação realista e baseadas em modelos com uma sensação geral de fragilidade / estranheza na sua presença material. Esses objetos pintados serão o cenário, os adereços e a partitura da performance: Daniel V. Melim cantará as pinturas.
Daniel V. Melim nasceu em 1982, vivendo e trabalhando em Lisboa. O artista interessa-se pelas dimensões afectivas, históricas, colectivas, ecológicas, espirituais e curativas da criação, repartindo o seu tempo entre a sua obra de autor (artes plásticas, música) e o seu trabalho com pessoas. Tem formação académica em Artes Plásticas-Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2006) e em MA Applied Anthropology and Community and Youth Work pelo Goldsmiths College - University of London (2016). Foi finalista do Prémio EDP Novos Artistas 2007, vencedor do Prémio Fidelidade Mundial Jovens Pintores em 2011 e shortlister do projecto mundial 100 Painters of Tomorrow (Thames & Hudson, 2014), tendo desenvolvido projectos artísticos em Portugal, Espanha, Brasil, Alemanha e Reino Unido.

Josefina Fuentes (Chile)
A artista propõe-se trabalhar os conceitos de morte, de perda, de incerteza de tempo de espera, através de uma exposição multidisciplinar que combinará projeção-Instalação e performance. O trabalho procura instalar-se num espaço onde estes conceitos se reforcem no seio da comunidade local (cemitérios ou igrejas podem ser um exemplo), tentando resgatar a forma como as pessoas da comunidade vivem estes processos em termos culturais. Uma segunda apresentação visará trabalhar o conceito de identidade através da música e do ritual. A música será inspirada na geografia do lugar e na identidade da artista em relação ao espaço. A obra pretende partilhar um momento de intimidade com a comunidade de local, de forma a criar um vínculo entre o visitante estrangeiro e os habitantes da aldeia.
Josefina Fuentes Florin é atriz, instrumentista e cantora. Ela desenvolveu competências em múltiplas áreas das artes cénicas, como o ensino de teatro, o canto e Alba Emoting, dirigindo um centro cultural no Chile, produzindo e atuando como atriz em várias peças, trabalhando para a rádio e como dobradora de filmes internacionais para o público latino-americano. Em 2016 mudou- se para o Vietname para estudar teatro tradicional vietnamita, Cai Luong e atualmente cursa o mestrado de Criação Artística Contemporânea da Universidade de Aveiro.

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Diretor Artístico: Luís Costa
Coordenação de Produção e Multimédia: Liliana Silva
Documentac o Audiovisual: Nely Ferreira
 
LOCAIS, DATAS E HORÁRIOS

15º aniversario do programa de residências artísticas da Binaural Nodar em artes sonoras e media. Residência Artística com Sol Rezza, Franco Falistoco, Simon Whetham, Daniel V. Melim e Josefina Fuentes
13 setembro a 02 outubro de 2021 Aldeias do Município de Castro Daire

MAIS INFORMAÇÕES

www.binauralmedia.org