Companhia Olga Roriz estreia INSÓNIA, 17 e 18 setembro, Aveiro

Dança
Companhia Olga Roriz estreia INSÓNIA, 17 e 18 setembro, Aveiro

ALÍPIO PADILHA

Sinopse:

INSÓNIA

“Insónia”, é um espetáculo dirigido por Olga Roriz para um elenco renovado e criado em parceria com a equipa criativa das peças anteriores. A ingressão de novos elementos no corpo de bailarinos renova pontos de vista e opções estéticas. Bailarinos de quatro nacionalidades: portuguesa, italiana, irlandesa e polaca foram o resultado da escolha de uma audição internacional.

A inspiração partiu de “A casa das belas adormecidas” um romance de Yasunary Kawabata, sobre a juventude a velhice, a beleza e o erotismo, o desejo e as memórias, onde jovens mulheres nuas, intocadas e intocáveis, dormem profundamente sob o efeito de poderosos narcóticos deixando, sem o saber, que o seu corpo seja contemplado por homens idosos em busca de uma pobre consolação para a perda de juventude.

Na introdução escrita por Mishima pode ler-se: “A casa das belas adormecidas é um submarino no qual as pessoas são apanhadas numa ratoeira e o ar que respiram está a desaparecer gradualmente” (…) O desejo prende-se inevitavelmente a fragmentos, e, sem nenhuma subjetividade, as próprias belas adormecidas são fragmentos de seres humanos avivando o desejo na sua maior intensidade”.

Após uma primeira leitura nos anos 90, Roriz tem agora, uma outra perspetiva desta obra, talvez mais distanciada e aberta, como se outras novas peças encaixassem no puzzle, formando ora uma paisagem desoladora da morte ora de uma beleza estonteante. Uma reivindicação do lugar do corpo, da sua energia à sua fragilidade. O corpo intranquilo de carne exposta. A selvajaria de ser mulher ou de ser homem num mesmo mundo erótico. A  inexorável passagem do tempo, da solidão à angústia da morte. Um estudo sobre o feminino e o masculino o macho e a fêmea sem sexo definido, sem género. Os primeiros meses de pesquisa e investigação sobre o tema de o Erotismo foi um tempo de leitura coletiva sobre obras essenciais de George Bataille, Otávio Paz, Audre Lorde e Camille Paglia. Sendo o erotismo um conceito vago, não palpável do foro da imaginação, havia que concretizá-lo, intelectualizá-lo e para organizar esse pensamento foi importante a presença e as conversas de dois estudiosos na matéria, Potira Maia e Sérgio das Neves. Deste primeiro período da criação produziu-se muito pensamento em forma de escrita. Este é um texto coletivo sobre o tema principal. “Erotismo é armadilha de todas as definições e interpretações. Erotismo é o jogo do solitário, é uma cela solitária que te irriga de liberdade enquanto te encerra na sua sombra e humidade. É uma forma de libertação. É instinto animal e simultaneamente humano, na ótica em que parte de um pensamento. É uma escolha do pensamento, uma tentação. É um jogo indireto de atração, não óbvio. A combinação entre o sensual e o sexual. É efémero como uma sensação. Tudo o que estimula a fantasia. Pode ser um olhar determinado. Um toque direto. Um argumento profundo. Um tom de voz forte. Um sorriso envergonhado. Um momento onde se perde a noção do tempo. Pode partir da imaginação e pode ser alimentado conscientemente pelo trabalho da mente em um jogo constante. Jogar Xadrez com alguém pode ser extremamente erótico.”

No entanto o erotismo não será o único tema a abordar nesta nova peça da COR. A igualdade de género, a questão do sistema binário, o lugar do corpo, a sua inquietude, a alienação, a vergonha, as heranças genéticas. Matérias feitas manifesto.

Olga Roriz
Fev. 2021

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Ficha artística e técnica:

Direção Olga Roriz
Intérpretes Catarina Câmara, Connor Scott, Emanuel Santos, Marta Lobato Faria, Melissa Cosseta, Natalia Lis, Yonel Serrano
Banda sonora Olga Roriz e João Rapozo
Músicas Archive, Armand Amar, Bobby Diran, Brian Eno, Eleni Karaindrou, Georg Friedrich Händel, Gloria Gaynor, Hiro Kone, João Hasselberg, Johann Sebastian Bach, Lucrecia Dalt, Nils Fraham, Pēteris Vasks
Cenografia e Figurinos Olga Roriz e Ana Vaz
Desenho de luz Cristina Piedade
Edição de som João Rapozo
Textos Intérpretes 
Assistência à criação Bruno Alves
Assistência de cenografia Pedro Jardim
Assistência de figurinos Ricardo Domingos
Estagiárias, assistência aos ensaios Clara Bourdin, Ieva Bražėnaitė
Direção técnica e operação de luz Contrapeso
Operação de Som PontoZurca
Coprodução: Companhia Olga Roriz, Centro Cultural de Belém, Teatro Aveirense/Município de Aveiro e Município de Viana do Castelo

Companhia Olga Roriz
Direção
| Olga Roriz
Produção e digressões | António Quadros Ferro
Gestão | Magda Bull
FOR Dance Theatre e Residências | Lina Duarte
Assistente de produção | Ricardo Domingos
A Companhia Olga Roriz é uma estrutura financiada por Governo de Portugal, Secretário de Estado da Cultura, DGArtes
Apoios: CML - Câmara Municipal de Lisboa e PLMJ – Sociedade de Advogados
Parceiros: ETMC - Escola Tradicional de Medicina Chinesa, DUPLACENA
Membro de: REDE - Associação de Estruturas para a Dança

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Locais, datas e horários de apresentação:
17 e 18 de Setembro de 2021, às 21h00
Teatro Aveirense
Rua Belém do Pará, 3810-066 Aveiro - Portugal
tel +351 234400920
info-teatroaveirense@cm-aveiro.pt
www.teatroaveirense.pt
Classificação etária: M/14

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Bilheteira
Bilheteira Teatro Aveirense
Bilheteira-TA@cm-aveiro.pt
Horário
2ª a sáb. das 14h às 18h

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Link para site:
https://www.olgaroriz.com/