Exposições Phantasmagoria de Hugo Canoilas e vis-à-vis de Ana Santos até 25 setembro, Coimbra

Artes visuais
Exposições Phantasmagoria de Hugo Canoilas e vis-à-vis de Ana Santos até 25 setembro, Coimbra

Descrição 

No dia 9 de Julho abriram ao público, no CAV, duas novas exposições do ciclo “Museu das Obsessões”, concebido e programado para o CAV por Ana Anacleto, por um período de dois anos. “Phantasmagoria ” de Hugo Canoilas e “vis-à-vis” de Ana Santos dão continuidade ao ciclo iniciado em Fevereiro de 2020 e procuram aprofundar as premissas da proposta conceptual definida pela curadora.

O ciclo de exposições “Museu das Obsessões”, assente numa ideia de liberdade e de transversalidade, recupera um conceito criado por Harald Szeemann, no início dos anos 70, que pretendia albergar todo o tipo de iniciativas decorrentes das práticas artísticas suas contemporâneas, explorando de forma livre (fora dos constrangimentos institucionais) todas as suas possibilidades de apresentação.

O ciclo de exposições “Museu das Obsessões” constitui-se então da apresentação de dez exposições subordinadas ao tema do Espectro e dez exposições subordinadas ao tema da Vertigem. Temas comuns à história da imagem, à história da produção fotográfica, ao pensamento imagético e ao próprio acto criativo.

Neste sentido, damos continuidade ao ciclo através da apresentação de duas exposições individuais de artistas de origem portuguesa – cujo percurso se tem desenvolvido também em contexto internacional – e que comungam de um interesse particular pelo estabelecimento de diálogos permanentes com a história da arte nas suas vertentes disciplinares mais tradicionais (a pintura e a escultura).

Na sala principal do CAV apresentamos a exposição “Phantasmagoria” de Hugo Canoilas que se constitui de uma grande instalação pictórica concebida especialmente para o contexto desta exposição, e que dá continuidade à mais recente investigação que o artista tem vindo a aprofundar em torno dos universos marinhos, das suas mitologias e dos seus eco-sistemas enquanto metáforas de equilíbrio, sabedoria e partilha interseccional.

Na sala Project Room (espaço vocacionado para projectos especiais com um carácter mais experimental) contamos com a apresentação da exposição “vis-à-vis” de Ana Santos, concebida a partir de uma cuidada articulação entre um pequeno conjunto de obras escultóricas pré-existentes, inéditas em contexto nacional.

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Ficha artística e técnica:

. Hugo Canoilas

Nascido em Lisboa (1977), vive e trabalha entre Lisboa e Viena.

Com um trabalho absolutamente singular – que se distribui por explorações nos vários territórios tipológicos que constituem a actuação dos artistas contemporâneos – tem desenvolvido uma prática pontuada pela especulação em torno das relações entre arte e realidade (acontecimentos políticos e sociais), pela constante interrogação acerca das características e limites da pintura e por uma tónica no trabalho colaborativo. Com formação em pintura, o artista tem vindo a examinar o lugar desta disciplina artística, a sua percepção pelo espectador e o quanto o exercício da sua permanente mutação – fazendo uso de um vasto leque de linguagens e suportes que inclui muitas vezes também a produção de objectos – pode desenrolar-se sob a forma de instalações que dão lugar à criação de constelações de sentido.

Com uma carreira já consolidada, com presenças frequentes em bienais e festivais internacionais, combina na sua actividade um registo institucional com uma intervenção directa no espaço público, abraçando o caos e o livre arbítrio enquanto processos catalisadores da actividade criativa.

. Ana Santos

Enquadrando-se no campo expandido da escultura – ou, mais concretamente, da produção de objectos – a prática de Ana Santos (nascida em Espinho, em 1982) assenta na procura de um muito particular estado de atenção. Promovendo o recurso à sensibilidade e à intuição como instâncias que permitem sublinhar a unicidade do acto criativo, as suas peças resultam de um processo de reflexão sobre as características formais, funcionais, morfológicas ou cromáticas de determinados materiais ou objectos encontrados e das relações que entre eles possa querer testar ou estabelecer.

Com enorme sofisticação constrói universos que põem em evidência uma articulação possível entre pensamento especulativo e pensamento operativo, permitindo aos objectos estabelecerem-se como instâncias que sinalizam esse equilíbrio tenso e definem a sua própria condição evocativa. Interessa-lhe uma prática, muitas vezes reduzida à mínima acção possível, na qual os valores tradicionais da escultura – enquanto disciplina – são frequentemente questionados por meio da afirmação de uma ideia de precariedade, de estranheza, de não-pertença, de leveza ou de fragilidade.

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Locais, datas e horários de apresentação:
CAV / Encontros de Fotografia - Coimbra
09 de Julho a 25 de Setembro
 

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Informações sobre bilheteira:
Grátis.

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Link para site
https://www.facebook.com/cav.encontrosdefotografia