QUILOMBO, pela Trema Associação Cultural, 8 a 12 novembro, Porto

Música
QUILOMBO, pela Trema Associação Cultural, 8 a 12 novembro, Porto

Promovido pela Trema Associação Cultural, o Quilombo! apresenta a sua primeira edição de 8 a 12 de novembro, em diferentes espaços da cidade do Porto. Dedicado a reunir artistas BIPOC (black, indigenous, people of color — pessoas negras, indígenas e pessoas racializadas), esta iniciativa ― inédita na cidade ― reúne artistas de 4 países (Brasil, Portugal, Gana e Cabo Verde). 

"O festival inicia-se com a Aparição AFROnta dos Malungos, performance realizada pelo artista brasileiro Rafael Campos em comunhão com o coletivo Quilombo Porto e a Batucada Radical, grupo percurssivo com quase 30 anos de atividade na cidade. O percurso performativo saíra da Faculdade de Belas Artes em direção ao Teatro Municipal do Porto – Rivoli. Neste espaço, realizaremos a conferência Teatro Negro: atualidades e matrizes performáticas, com a investigadora Leda Maria Martins, uma das principais pensadoras do teatro brasileiro. Autora de destacados livros na cena contemporânea, desenvolvendo conceitos em torno do tempo e do corpo nas práticas performáticas afrodiaspóricas. Ainda no âmbito do pensamento, o Quilombo realiza no seu segundo dia a conferência A urgência de um novo diálogo cultural, por Mario Lucio, uma das figuras mais reconhecidas da cena cultural e musical cabo-verdiana e escritor mais premiado do país internacionalmente. O artista realiza ainda o concerto M’Afrika, dedicado a sonoridade africana, obra que teve turnê no Brasil em 2018 e se apresenta pela primeira vez em Portugal através do Quilombo. O concerto é antecedido pela exibição inédita no Porto do documentário CORPOLÍTICA que traça um retraro sobre o vazio de representatividade LGBTQIA+ no cenário político do Brasil, país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo.

De se destacar a presença da artista Va-Bene Elikem Fiatsi [também conhecida como crazinisT artisT], uma mulher trans ganense com o pronome “merda” e não “ela”. Va-Bene trabalha internacionalmente como “artiviste” multidisciplinar, curadore, e mentore em vários países. É fundadore e diretore artística do CrazinisT ArtisT StudiO (TTO), da Our Railway Cinema Gallery (ORCG) e da PerfocraZe International Artists Residency (pIAR), que visam radicalizar as artes e promover o intercâmbio entre artistas, ativistas, investigadores, curadores locais e internacionais. crazinisT já se apresentou e expôs em todo o mundo, incluindo países como Nigéria, Togo, Gana, Suíça, África do Sul, Alemanha, Holanda, Cabo Verde, EUA, Espanha, Brasil, França, Suécia, Hungria, Bélgica, Luxemburgo, Japão e Reino Unido, e vêm pela primeira vez a Portugal.

No Quilombo, apresentará duas performances, a primeira intitulada Strikethrough / Tachado, na qual navega pelas nossas fronteiras coloniais e limites dentro das chamadas Euro-Américas liberais, revisitando o apagamento com traços de trauma psicológico e tortura enquanto. E a segunda, dZikudZikui-aBiku-aBiikus / Nascido depois do nascido-morto, questionando o fracasso e a responsabilidade da Igreja/Cristianismo (não excluindo outras violências e discriminações religiosas) dentro e fora de África e a sua participação contraditória em tais actos desumanos e violações dos direitos humanos, especialmente os ataques diários sobre pessoas queer e supostas bruxas. O festival conta ainda com um conjunto de atividades formativas, nomeadamente os workshops Workshop de Comida Africana, por Karina Ramos; Desmantelando Visualidades: Zine Anti-colonial, por Thiago Liberdade; Grafite, por Pedro Dalai; estes dois últimos artistas por sinal são os responsáveis por assinar o cartaz desta edição. O último dia de festival é marcada por uma ação conjunta, onde o público poderá desfrutar da Feira Afro, reunindo afro-empreendendores, lançamentos de publicações, dj-set com A Mamanaus, alimentos e performances, com especial destaque para a estreia de Tá Pió Cá: lição de raiz, por Dori Nigro e Paulo Pinto, revisitando o alimento básico dos povos originários, e do Brasil colonial. Todas as ações são oferecidas gratuitamente ao público, mediante reserva antecipada através de formulário específico".

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Ficha artística e técnica:

Idealização e Curadoria: Pedro Vilela

Produção: Mariana Holanda

Arte: Pedro Gomes & Thiago Liberdade

Registo: Igor Prado, Kaya Sofia e Thiago Liberdade


Atividade artística financiada pela República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes

Apoio: Teatro Municipal do Porto, Câmara Municipal do Porto, ESMAE – Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, CRL-Central Elétrica


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Locais, datas e horários de apresentação:
Porto
08 A 12 DE NOVEMBRO

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Informações sobre bilheteira: gratuito
Classificação etária: acima de 16 anos
 

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Link para site:
www.tremafestival.com