"Pó e Batom", de Esther F. Carrodeguas, pelo CENDREV, 7 fevereiro, Covilhã

Teatro
"Pó e Batom", de Esther F. Carrodeguas, pelo CENDREV, 7 fevereiro, Covilhã

Carolina Lecoq

SINOPSE:

O Teatro das Beiras recebe o CENDREV que apresenta “Pó e Batom”, de Esther F Carrodeguas.

Sobre o espetáculo:

“Pó e Batom” é um exercício de justiça poética que se soma a muitos outros que nos foram iluminando sobre a vida das conhecidas Marías de Santiago de Compostela, a quem já é hora de tratar pelo nome e, principalmente, pelo apelido: Fandiño Ricart.

Maruxa e Coralia (as protagonistas da peça) escondem por trás de uma espessa máscara de maquilhagem uma grande história de crueldade. Cruel é aquele, ou aquela, que faz sofrer sem ter pena ou, inclusive, tendo prazer. Há, por isso, uma história de prazer do outro lado da moeda desta história encharcada em violência institucional, ideológica, política, social, económica, machista, de género e sexual. E a violência, diz o dicionário, é um exercício injusto e arbitrário (normalmente ilegal) de poder ou de força.

Mas a história de Coralia e Maruxa é também uma história de valentia: de coragem, de luta, de irreverência — civil — e de dignidade. Numa palavra: de LIBERDADE. Uma história sobre a loucura necessária para viver neste mundo de loucos (e loucas). Maruxa e Coralia Fandiño Ricart passearam dia após dia às duas da tarde, como uma bandeira arco-íris que contrariava o cinzento da ditadura franquista na capital galega. Foram enganadas, violentadas, insultadas, silenciadas; foram comunistas, foram putas, foram nada. Foram fome. Mas nada as conseguiu parar. Nunca deixaram de caminhar. E nunca é nunca: ainda continuam a caminhar.

Após a sua morte nos anos 80, continuaram a caminhar no imaginário coletivo. E, em 1994, César Lombera imortalizou-as caminhando na Alameda compostelana: foi assim que as conheci. Caminharam dia e noite desde então e nem o Covid- 19 permitiu que deixassem de caminhar: foram as únicas caminhantes nas ruas desertas de Santiago. Em 2021 apareceram a caminhar nas Naves de Matadero de Madrid e em 2023 fazem-no no Teatro García de Resende, em Évora.

A sua presença teimosa dá-nos esperança.

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FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA:

Texto: Esther F Carrodeguas | Interpretação: Ana Meira e Rosário Gonzaga | Tradução e encenação: Sofia Lobo | Cenário, figurinos e adereços: Filipa Malva | Música e Direção Musical: Jarbas Bittencourt | Desenho de luz: António Rebocho

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LOCAIS, DATAS E HORÁRIOS DE APRESENTAÇÃO:

Auditório do Teatro das Beiras

7 de fevereiro, às 21h30

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INFORMAÇÕES SOBRE BILHETEIRA:

Preço bilhete:

Sessão para o público geral: 6€ (desconto para estudantes universitários, menores de 25 anos, maiores 65 anos, profissionais das artes, sócios do Teatro das Beiras, da Casa do Pessoal do CHCB e do Sindicato dos Médicos Veterinários)

Reservas na Bilheteira do Teatro das Beiras (275 336 163) ou na Ticketline (www.ticketline.sapo.pt).

Horário Bilheteira: 10h às 13h e das 14h às 18h. Em dias de espetáculo, abertura 1 hora antes do início do mesmo.

CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA:

Maiores de 14 anos

 

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ACESSIBILIDADE (DO ESPAÇO OU DA OFERTA ARTÍSTICA):

O evento garante acesso a pessoas com deficiência motora.

 

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LINK PARA SITE:

https://www.teatrodasbeiras.pt/