Exposição documental e filme documentário “A valorização dos baldios de rebordinho e malhadouro”, pela Binaural Nodar, 25 julho, Vouzela

Fotografia: edição de Liliana Silva sobre foto antiga cedida à Binaural Nodar
Descrição:
Em Portugal, a origem os baldios, terrenos em regime de propriedade comunitária, remonta a povos anteriores à constituição da nação. Pelo seu papel na subsistência das comunidades rurais, a sua importância ao longo da história rural do país é inquestionável. O conceito de baldios faz há longas décadas parte da cosmovisão das populações rurais, especialmente as do norte e centro de Portugal. Muitas vezes quando os próprios habitantes tentam explicar o que são baldios, usam uma expressão bem curiosa: “são terrenos que são de todos e não são de ninguém”.
Historicamente, estas áreas eram usadas para pastorear os gados comunitários das aldeias, recolher os matos e carumas que lhes serviam de cama, que na primavera se usam para fertilizar as terras de cultivo. Foram as iniciativas de privatização e arborização dos baldios para aumentar a área agrícola e florestal que os descreveram como “incultos”, ou seja, “baldios”. Não obstante, foi o conceito de “bem comum” aquele que acompanhou o termo ao longo de séculos de dinâmica rural em Portugal e em vários outros países.
Apesar da função original dos baldios ter mudado nas últimas décadas, especialmente após a revolução do 25 de abril de 1974, as terras comuns permanecem com um vigor que depende de quem as gere, sejam as juntas de freguesia ou os conselhos diretivos dos baldios. No concelho de Vouzela, existe um caso exemplar de perseverança e de adaptação às novas realidades: A Comunidade Local dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro, situada na freguesia de Campia.
A Binaural Nodar foi convidada a efetuar um trabalho de recolha documental e audiovisual, de organização de uma exposição retrospetiva e de realização de um filme documentário, relativos ao historial dos baldios de Rebordinho e de Malhadouro, cujas primeiras iniciativas para a sua constituição remontam a 1978, poucos anos depois da Revolução dos Cravos. Passadas estas décadas, a Comunidade Local dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro é hoje um projeto dinâmico e atento às possibilidades económicas de gestão da sua área geográfica que possibilitem a obtenção de recursos que são aplicados em obras e ações que contribuam para o bem-estar das populações, incluindo a construção de muros, o alargamento de caminhos, iniciativas de combate à vespa asiática, etc.
/
Ficha técnica e artística:
Uma coprodução entre a Binaural Nodar e a Comunidade Local dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro, com o apoio do Município de Vouzela e da Junta de Freguesia de Campia.
Gravações sonoras e audiovisuais: Ana Margarida Ferreira e Liliana Silva
Entrevistas realizadas por: Andreia Mota
Registos fotográficos: Liliana Silva
Edição audiovisual e gráfica: Liliana Silva
Escrita e revisão de textos: Andreia Mota e Luís Costa
Documentação para a exposição cedida por: Amadeu Soares, António Carvalho, Celestino Tavares, José Luís Tavares, Regina Soares e Jornal Notícias de Vouzela.
Pessoas entrevistadas para o documentário: Albano Rodrigues, Amadeu Soares, António Batista, António Carvalho, António Mário de Almeida, Aventino Pereira, Carlos Batista, Carlos Duarte, Carlos Oliveira, Celeste Fernandes, Celestino Tavares, Fernanda Eirinha, Fernando Eirinha, Fernando Morgado, Fernando Tavares Pereira, João Carlos Gralheiro, João Miguel Marques, José Luís Tavares, Pedro Nuno Tavares, Regina Soares e Telmo Antunes.
/
Locais, datas e horários de apresentação:
Antiga Escola Primária de Rebordinho (Campia, Vouzela)
Inauguração: 25 de julho às 18h00
Abertura ao público: de 26 a 31 julho 2024, das 9h00 às 20h00
/
Link para site:
https://www.binauralmedia.org