“Do Terreiro ao Mundo”, nova criação de Clara Andermatt para a Companhia Instável, 13 setembro, festival Algures a Nordeste, Vila Real

Dança
“Do Terreiro ao Mundo”, nova criação de Clara Andermatt para a Companhia Instável, 13 setembro, festival Algures a Nordeste, Vila Real

© Tomás Laranjo

“Do Terreiro ao Mundo” é a nova criação de Clara Andermatt para a Companhia Instável. Uma encomenda do Teatro Municipal de Vila Real, com estreia marcada para 13 de setembro, integrada no festival Algures a Nordeste.

O espetáculo parte do universo dos Pauliteiros de Miranda, que viram as danças rituais nas festas tradicionais recentemente reconhecidas como Património Cultural Imaterial. A peça segue depois para o Centro Cultural de Lagos, coprodutor do projeto.

Todos os anos uma nova criação, desenvolvida por um coreógrafo de referência, nacional ou internacional, e interpretada por bailarinos escolhidos em audições abertas – tem sido assim desde 1999, para a Companhia Instável, uma estrutura de dança contemporânea sediada no Porto. Ao longo dos anos, a Instável apresentou obras de criadores como Wim Vandekeybus, Rui Horta, Madalena Victorino, Victor Hugo Pontes, Hofesh Shechter, Joana Providência, Tiago Rodrigues, Mafalda Deville, Helder Seabra, São Castro e António M Cabrita, entre muitos outros.

Em 2025, o desafio foi lançado a Clara Andermatt, considerada uma das pioneiras da nova dança portuguesa. Criadora de mais de meia centena de peças apresentadas em Portugal e no estrangeiro, Andermatt construiu uma identidade artística singular, marcada pelo cruzamento de culturas, linguagens e pela vontade de trabalhar com diferentes corpos e percursos. Precisamente por isso, a pessoa ideal para dar vida a esta criação, que parte da energia simbólica e ritual dos Pauliteiros de Miranda.

O espetáculo expande a tradição num corpo coletivo que ecoa tanto memória ancestral, como a sua projeção no presente. No palco, seis intérpretes – quatro bailarinos e dois músicos – constroem um diálogo entre corpo, gesto e som. Como escreve Andermatt na sinopse:

É a dança que atravessa o tempo.
Os passos desenham laços de fé, luta e ofício.
No bater e no silêncio dos paus ouvimos os ecos atrás dos montes.
O que começa no adro expande-se para além, em corpo e memória, segue caminho, faz-se mudança e força viva.
Está aqui.

A composição musical é de Luís Pedro Madeira e Clara Andermatt; Luis Pedro é multi-instrumentista, professor de educação musical, compositor e produtor natural de Coimbra. Os figurinos são de Gabriela Gomes, artista plástica e investigadora.

Depois da estreia em Vila Real, a peça inicia circulação em território nacional, com apresentação em Lagos a 26 de setembro. A habitual aposta da Companhia Instável na difusão das suas criações reforça a valorização profissional dos intérpretes, o trabalho em rede dos equipamentos nacionais, e também o desenvolvimento artístico e cultural do património coreográfico.

 

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