Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins, 20 de setembro, Cine-Teatro de Estarreja

Música
Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins, 20 de setembro, Cine-Teatro de Estarreja

Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins

Guitarras e bandolins vão demonstrar grande afinação no concerto da estreia mundial da obra “Milodnab et Sarratiug”, do compositor José Carlos Sousa

“As melodias e os motivos musicais circulam e refletem-se como num espelho: do palco para a plateia, da frente para trás, numa construção polifónica de camadas e texturas que se entrelaçam – às vezes de forma subtil, outras vezes com grande densidade” (o autor sobre a obra “Milodnab et Sarratiug”).

Tudo o que começa tem um fim, esta asserção tão clássica é também ela válida para sublinhar que a “Nova Música” – temporada de 5 novas obras em 5 concertos, um projeto protagonizado pela Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins - OPGB ao longo de vários meses de 2025, com um périplo por diversos ‘palcos de estacionamento’ do Norte e Centro do país, vai culminar no Cine-Teatro de Estarreja, no próximo sábado, dia 20 de setembro, com um espetáculo marcado para as 21h30.  No âmbito do referido projeto, a OPGB interpretou obras originais que encomendou a cinco diferentes compositores portugueses.

A última abordagem musical, neste domínio, pertence ao compositor José Carlos Sousa. Tal como refere o autor desta partitura, bem ao jeito de uma curiosidade, “O título da obra resulta da invenção gráfica de duas palavras que, lidas ao contrário, revelam parte da identidade sonora e conceptual da peça: Bandolim e Guitarras”, salienta.

O músico, que também um dia elegeu o bandolim como instrumento, daí o facto de ter sentido uma emoção especial por este desafio de ‘conceber as notas’ para esta obra, pratica hoje a sua atividade profissional no domínio da criação musical mais afeta à eletrónica e à eletroacústica e é precisamente na ilusão, na semelhança com este último registo citado, que José Carlos Sousa apostou em termos de conceção: “[a peça…] foi concebida como se de uma obra eletroacústica se tratasse.” A explicação complementa-se na ideia de que “O espaço é aqui um elemento composicional fundamental. Ao longo da peça, os músicos dispõem-se  em diversas formações que circundam o público, criando experiências auditivas imersivas e não convencionais.” Desta forma verifica-se uma rutura com os cânones tradicionais, pois com este modelo a habitual relação palco-plateia é quebrada; os sons deslocam-se, aproximam-se, afastam-se, ecoam entre si. A obra é dedicada à memória do músico professor Jorge Abel.

Pedro Henriques da Silva repete “PANGÆA” e arrisca a ‘ousadia’ de tocar Paredes…

O regresso de Pedro Henriques da Silva é sempre de saudar. O criador musical e intérprete ofereceu aos espectadores a obra PANGÆA, também em estreia mundial, algo que implicou a vinda do músico português (e da sua guitarra portuguesa) ao nosso território. Ele que há muito vive e a trabalha em Nova Iorque, onde leciona na universidade. O Cineteatro António Lamoso, em Santa Maria da Feira, presenciou no passado dia 12 de abril um concerto memorável do  guitarrista e compositor, que também interpretou a obra com a orquestra enquanto solista. Daí que repetir PANGÆA” neste programa, nunca será um mero exercício de redundância musical, bem pelo contrário, a obra e a interpretação merecem ser ouvidas de novo. Para além  dessa prestação, o músico irá interpretar Quatro Canções de Carlos Paredes (1925 – 2004): “António Marinheiro” (arranjos de André Ramos); “Dança Palaciana” (arranjos de Jorge Carvalho); “Canto do Amanhecer” (arranjos de André Ramos) e o imortal tema “Verdes Anos” (arranjos de António Sousa Vieira).

O reportório do referido concerto estende-se naturalmente para lá da obras em epígrafe e acrescenta ao ‘menu musical’: a “Suite Española No. 1, Op. 47” - Isaac Albéniz (1860 – 1909), com arranjos de André Ramos - 1. Granada 3. Sevilha 5. Asturias; inclui “La Vida Breve (Danza Española No. 1)” - Manuel de Falla (1876 -1946), com arranjos de André Ramos e La Boda de Luis Alonso G. Gimenez (1854 – 1923), também com arranjos de André Ramos.

Bem ao jeito de uma retrospetiva, a temporada “Nova Música” da OPGB contemplou as obras dos seguintes compositores: “Teoria das Cordas” (“String Theory”, no original), de Ângela da Ponte, foi interpretada no Teatro Ribeiro da Conceição, em Lamego, a 9 de fevereiro;  “Salema”, de Fátima Fonte, foi apresentada no Teatro Helena Sá e Costa, no Porto, a 23 de março; “PANGÆA”, de Pedro Henriques da Silva, no Cineteatro António Lamoso, em Santa Maria da Feira, no dia 12 de abril e “FIOS”, composição de Hugo Vasco Reis, cuja apresentação decorreu no Quartel das Artes, em Oliveira do Bairro, no dia 11 de maio.

O coletivo de músicos em palco será dirigido pelo maestro titular da Orquestra de Guitarras e Bandolins, Hélder Magalhães, também ele possuidor de um vasto curriculum (que pode ser visto nos docs em anexo) enquanto diretor musical e de igual forma enquanto instrumentista: é intérprete de trompete. 

O bilhete para o concerto de dia 20 de setembro, sábado, às 21h30, no Cine-Teatro de Estarreja, tem o custo simbólico de 3 euros.

Importa salientar que a Orquestra de Guitarras e Bandolins, fruto da sua aposta na versatilidade e ecletismo musical, tanto aposta em tocar com músicos associados ao género Fado ou à Pop Nacional, como são os casos de Cuca Roseta e Tiago Nacarato, ou até à World Music de Hamilton de Holanda, como de igual modo convocar os compositores mais eruditos para o seu repertório.

Este projeto conta com o apoio da República Portuguesa - Cultura, Juventude e Desporto / Direção-Geral das Artes e da Antena 2

A OPGBACAssociação Cultural de Plectro, nasceu dia 18 de Novembro de 2010, tendo adotado a sigla OPGBAC. É um projeto que tem como objetivo a dinamização e difusão da música de plectro no panorama musical nacional. Se no que diz respeito à Guitarra, tudo funciona dentro da normalidade com cursos superiores e conservatórios a lecionar o instrumento, nos restantes instrumentos de corda beliscada muito há por fazer. Não desvalorizando os demais, a OPGBAC tem-se focado na promoção do Bandolim por este ser de vital importância numa Orquestra de Plectro. Para o Bandolim foram compostas obras pelos nomes mais sonantes da história da música como Vivaldi, Caldara, Mozart, Hummel, Beethoven, Verdi, Mahler, Schoenberg, Webern, Boulez...

Desde 2015 sediada em Gondomar, no Centro Cultural Amália Rodrigues, Rio Tinto, a OPGBAC – Associação Cultural de Plectro tem várias valências: a principal é a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins (OPGB), grupo que tem recebido os mais rasgados elogios pelo caracter original da sua sonoridade e pelo rigor interpretativo apresentado. Ultimamente surgiram mais projetos: Uma escola de música que se focaliza no ensino dos instrumentos de corda beliscada. Os Estágios internacionais, que trazem Maestros e Professores reconhecidos a Portugal; e mais recentemente o Festival Internacional de Música de Plectro.

PGBAC – Associação Cultural de Plectro
orquestra.bandolins@gmail.com
www.orquestra-bandolins.com
www.acplectro.com
facebook.com/orquestra.bandolins
Tel: +351 911 960 331

Centro Cultural de Rio Tinto, Amália Rodrigues,
Rua da Boavista, s/n,
Rio Tinto, Gondomar