Joe Paton conversa sobre mentes e máquinas em "Human Entities 2020"

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Joe Paton conversa sobre mentes e máquinas em "Human Entities 2020"
Arte & Tecnologia

Human Entities 2020: Joe Paton © Alexandre Azinheira

A mudança tecnológica, os seus impactos e as formas como a tecnologia e a cultura se influenciam mutuamente, são os temas da 4.ª edição de Human Entities 2020: a cultura na era da inteligência artificial, um programa de conversas públicas organizado pelo grupo artístico CADA, em parceria com a Trienal de Arquitectura de Lisboa. O evento, que integra a programação da Trienal, realiza-se ao ar livre, no dia 19 de novembro, às 18h30, no Campo de Santa Clara e vai contar com a participação do neurocientista computacional (e diretor do Programa de Neurociência da Fundação Champalimaud) Joe Paton, cuja intervenção irá abordar o tema “Sobre mentes e máquinas”. A entrada é livre, mediante inscrição.

SINOPSE

(Por Sofia Oliveira e Jared Hawkey, CADA) 

A 4ª edição do programa de conversas públicas “Human Entities 2020: a cultura na era da inteligência artificial” é focada na mudança tecnológica e nos seus impactos – nas formas como a tecnologia e a cultura se influenciam mutuamente.

Durante a pandemia assistimos a uma aceleração da incursão da tecnologia na vida quotidiana. Contudo, depois de anos de reivindicações grandiosas sobre soluções tecnológicas para todos os problemas do mundo, a resposta geral dos gigantes tecnológicos ao vírus foi mais do que dececionante. Enquanto muitos governos nacionais lutam para enfrentar esta crise, os ganhos de Silicon Valley continuam a exceder todas as expectativas.

Estes são tempos estranhos – e este é um momento de particular transição. Mas mesmo antes da covid-19, era frequentemente afirmado que estávamos a viver uma mudança fundamental. Este já era um período no qual um conjunto de desafios, acima de tudo a destruição ambiental, nos forçava a reconhecer que muitos dos nossos valores dominantes são insustentáveis. Num tempo de mudança tecnológica, as crises políticas e o aumento dos desequilíbrios societais, continuam a provar que muitos dos nossos sistemas complexos estão no limite da sua reprodutibilidade – as relações entre humanos e entre estes e o seu ambiente necessitam de renegociação urgente.

E no entanto, em todo o mundo vemos uma multitude de experiências e processos positivos onde governos locais, cidadãos, empresas e universidades se estão a juntar em torno de iniciativas inovadoras a nível local mas com potencial de relevância à escala nacional e global. No meio da crise atual, novas ideias estão a emergir em todo o lado.

Assim, talvez este seja também um tempo para atender ao próprio processo de mudança, embora sabendo que a transformação social envolve complexas configurações de atores. Em relação à tecnologia, embora seja difícil examinar tais configurações – pois, como sabemos, as estruturas através das quais vemos a tecnologia são em si mesmas tecnologicamente mediadas – devemos usar este tempo para parar e reconhecer o nosso próprio envolvimento na perpetuação de normas sociais e culturais insustentáveis. 

Finalmente, neste estado de crescente incerteza, talvez possamos também fazer uma pausa para considerar de que forma pode esta condição ser entendida como um fator para transformações positivas na sociedade, tecnologia, economia e no comportamento das pessoas. Apesar da sensação temporária que muitos de nós têm de estar presos no presente, talvez possamos também refletir sobre como adotar uma maior aceitação da incerteza, uma que nos permita avançar em direção a futuros mais desejáveis.

CADA (Sofia Oliveira/Jared Hawkey)

Conversa 3
Sobre mentes e máquinas 
Joe Paton 

Neurocientista computacional, diretor do Programa de Neurociência Champalimaud 

Quer os cérebros quer os computadores efetuam cálculos, mas na sua maioria, a semelhança acaba aqui. Os sistemas nervosos têm evoluído ao longo das últimas centenas de milhões de anos para suportar a sobrevivência dos organismos em que se situam. Os computadores feitos pelo homem existem devido às inovações teóricas e técnicas do século XX, e são impotentes sem as nossas instruções explícitas. Esta conversa explora algumas das características da estrutura e função do sistema nervoso, destacando as suas diferenças e semelhanças quando comparadas com computadores e com os modernos algoritmos para machine learning e inteligência artificial.

Joe Paton

Joe Paton, Ph.D., é um neurocientista computacional e diretor do Programa de Neurociência Champalimaud na Fundação Champalimaud em Lisboa e codirector do Curso de Formação Avançada em Neurociência Computacional da FENS-Cajal. Originalmente formado como biólogo, fez o seu doutoramento em Neurobiologia e Comportamento na Universidade de Columbia. O seu laboratório de investigação foca-se na compreensão dos algoritmos e mecanismos de circuitos neurais subjacentes ao comportamento inteligente e adaptativo.
+ info: http://neuro.fchampalimaud.org/en/person/115/

A conversa será em língua inglesa e seguida de uma sessão de Q&A.

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Organização: CADA em parceria com a Trienal de Arquitectura de Lisboa  
Financiamento: República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes
Apoio: Câmara Municipal de Lisboa, ISCTE-IUL e NOVA LINCS
Design: Marco Balesteros (LETRA)

BILHETEIRA

Entrada livre, mediante registo 

INSCRIÇÕES

www.eventbrite.pt/e/registo-human-entities-2020-joe-paton

CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA

M/16

ACESSIBILIDADE 

Acesso para pessoas com deficiência motora. 

MAIS INFORMAÇÕES 

www.cada1.net

 

 

 


“Human Entities 2020” é uma iniciativa apoiada pela DGARTES.


 

 


Data de publicação: 18-11-2020