Apresentados os primeiros resultados do Inquérito aos Profissionais Independentes das Artes e da Cultura

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Apresentados os primeiros resultados do Inquérito aos Profissionais Independentes das Artes e da Cultura
Estudo | Cultura e Arte

"Marionetas tradicionais de um país que não existe" (Carlota Gandra) . © Teatro de Ferro

O Observatório Português das Atividades Culturais (OPAC) acaba de disponibilizar o Report #1 "Emprego cultural e perfis social e laboral", divulgando os primeiros resultados do Inquérito aos Profissionais Independentes das Artes e da Cultura, no âmbito do Estudo sobre o Sector Artístico e Cultural em Portugal,  financiado pela DGARTES/Ministério da Cultura.

Este inquérito, aplicado entre 8 de agosto e 6 de novembro de 2020, através de questionário online, contou com a participação de 1.727 profissionais independentes, tendo em vista a recolha de informação que permite caracterizar os perfis social e laboral dos profissionais independentes deste setor de atividade.

Em relação ao perfil laboral, a complexidade do setor e a dinâmica criativa que lhe está associada — e que é um dos seus principais traços identitários — são evidentes nas conclusões deste relatório, que aponta para uma multiplicidade, pluriatividade e transversalidade das atividades profissionais: 55% dos inquiridos refere ter mais do que uma atividade profissional. Os resultados do inquérito apontam ainda para um mercado de trabalho irregular, precário e menos protegido pelo sistema de segurança social, sendo que cerca de um terço do emprego cultural corresponde a autoemprego, independente ou por conta própria.

As artes performativas são claramente as mais representadas na amostra, reunindo mais de metade dos casos (54%). A função mais representada é a da criação (31%), seguida da interpretação (21%), produção (13%), suporte técnico (10%) e educação (9%).

Em relação ao perfil social dos inquiridos, em traços gerais, verifica-se uma repartição equitativa entre homens e mulheres, com forte incidência na faixa etária dos 35-44 anos (39%) e com uma elevadíssima qualificação escolar (78% dos inquiridos completou o grau de licenciatura ou superior). As mulheres são mais jovens (77% tem menos de 44 anos, comparando com 64% dos homens), sendo também mais escolarizadas (90% tem formação superior ao passo que nos homens essa percentagem desce para os 63%). Quanto ao local de residência, ressalta uma concentração em grandes centros urbanos, sendo os concelhos de Lisboa e Porto os mais representados (com 37% e 9% das respostas, respetivamente).

Com coordenação a cargo de José Soares Neves, o inquérito contou com uma equipa de investigação constituída por Joana Azevedo, Rui Telmo Gomes, Maria João Lima, Andreia Nunes, Miguel Lopes e César de Cima.

A realização do Estudo sobre o Sector Artístico e Cultural em Portugal pelo Observatório Português das Atividades Culturais foi objeto de um acordo de parceria institucional entre a DGARTES e o Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), dando sequência ao determinado na Resolução do Conselho de Ministros nº 41/2020, de 6 de junho, que aprovou o Programa de Estabilização Económica e Social.


 

Consulte o Report #1 "Emprego cultural e perfis social e laboral"

Saiba mais em www.opac.cies.iscte-iul.pt

 

 


Data de publicação: 09-03-2021