Bolsas de apoio à criação emergente criam circuito alentejano para projetos originais

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Bolsas de apoio à criação emergente criam circuito alentejano para projetos originais
candidaturas até 25 de abril

A Colecção B, o Espaço do Tempo e o UmColetivo promovem a atribuição de duas bolsas de apoio à criação emergente, criando um circuito alentejano que permite o desenvolvimento de dois projetos artísticos originais (teatro, dança, performance ou cruzamentos disciplinares) nas cidades de Montemor-o-Novo, Évora e Elvas.

Os/as criadores/as (no máximo dois por projeto) devem estar disponíveis para um processo de criação que dialogue com espaços particulares destas cidades e/ou com o seu património imaterial.

O processo de trabalho pressupõe quatro momentos distintos, começando por duas semanas de trabalho no Espaço do Tempo, em Montemor-o-Novo. Segue-se uma semana em Évora, duas em Elvas e o regresso a Évora durante uma semana. Em Elvas e Évora haverá lugar a apresentações públicas.

O prazo para apresentação de candidaturas é 25 de abril de 2022 e a apresentação final decorrerá no dia 26 de agosto.

O júri responsável por avaliar as candidaturas é constituído por Vanda R Rodrigues (Colecção B), Rui Horta (Espaço do Tempo), Cátia Terrinca (UmColetivo), Maria Simões, Pedro Mendes e Rui Pina Coelho.


VANDA R RODRIGUES (COLECÇÃO B)

Formada pela Escola Profissional de Teatro de Cascais, pela Universidade de Évora e Universidade Estadual de Campinas (BR) Frequentou a pós-graduação em Dramaturgia e Guionismo da ESMAE

Directora Artística, desde 2019, da Colecção B Associação Cultural (Évora).

Trabalhou como intérprete com Mickael de Oliveira, Fernanda Lapa, Rodrigo Francisco, Carlos Avilez, Marta Bernardes, Pedro Gil, Ivica Buljan (HR), Veronica Fabrini(BR) Reckless Sleepers(UK) Cie Philipe Gente (FR) , Rita Costa e Tiago Pereira.

Criou para o festival Escrita na Paisagem a performance “Kamasutra machine”, para a Música Portuguesa a Gostar dela Própria a vídeo performance “Sapateando” e “Processame: uma carta de amor a Neto de Moura”.

Apoiou a criação de “A cada velhinha que ela grava é a minha avó que não morre” para A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria/ TNDMII ,“Memorial” de Lígia Soares e “Discursos” de Sara Garcia.

Em 2019 o seu solo “Espectáculo de amor” estreou no Serralves em Festa e foi depois apresentado em várias cidades portuguesas em 2020 . Criou a peça radiofónica “Combate de amor” para a Um Colectivo .

O seu projecto pandémico “Serenatas de Amor em Tempos de Quarentena” que se iniciou em Março de 2019 e foi apresentado em várias cidades portuguesas e no Mindelo (CV) em 2021.

O seu mais recente projecto Cápsula do Tempo (projecto duracional) está desde Janeiro deste ano em curso e terminará no mesmo mês de 2047.


RUI HORTA (ESPAÇO DO TEMPO)

Nascido em Lisboa, Rui Horta começou a dançar aos 17 anos nos cursos de bailado do Ballet Gulbenkian, tendo posteriormente vivido vários anos em New York, cidade onde completou a sua formação e desenvolveu o seu percurso de intérprete e professor. Em 84 regressa a Lisboa, sendo um dos mais importantes impulsionadores de uma nova geração de bailarinos e coreógrafos portugueses.

Durante os anos 90 viveu na Alemanha onde dirigiu o Soap Dance Theatre Frankfurt, sendo o seu trabalho considerado uma referência da dança europeia e apresentado nos mais importantes teatros e festivais em todo o Mundo, tais como o Thêatre de la Ville em Paris que apresentou e co-produziu as suas obras ao longo de uma década. Em 2000 regressou a Portugal, tendo fundado em Montemor-o-Novo o Espaço do Tempo, um centro multidisciplinar de experimentação artística. Para além do seu intenso trabalho de criador independente, Rui Horta criou, como artista convidado, um vasto repertório para companhias de renome tais como o Cullberg Ballet, o Ballet Gulbenkian, o Grand Ballet de l'Opera de Genéve, a Ópera de Marselha, o Netherlands Dance Theatre, a Ópera de Gotemburgo, Icelandic Ballet, Scottish Dance Theatre, Random Dance, Companhia Nacional de Bailado, Carte Blanche, Ballet am Gartner Platz, Ballet de Roubaix, Ballet da Ópera de Linz, Ballet da Ópera de Nuremberga, etc.


CÁTIA TERRINCA  (UM COLETIVO)

Nascida em Lisboa, a 1990, com família cabo verdiana e portuguesa.

Atriz e dramaturgista licenciada em Teatro – Ramo Atores pela ESTC - Escola Superior de Teatro e Cinema e pela RESAD - Real Escuela Superior de Arte Dramático (especialização em Teatro Gestual). Em 2009, funda uma estrutura informal, coletivo 3.14, com a qual experimenta linguagens performáticas e intimistas em espaços não convencionais, desenvolvendo trabalho em Mindelo (Cabo Verde) e no bairro da bica (Lisboa). Começa como atriz a trabalhar com Mónica Calle, Francisco Salgado, Daniel Gorjão, Paulo Lage, Rogério de Carvalho, António Durães, Pedro Sousa Loureiro e Mathias Langhoff, em estruturas como Teatro de Almada, TNDMII e em Festivais como Mindelact, Frindge Madrid, Festival Teatro de Almada.

Em 2013 funda, em conjunto com Ricardo Boléo, a Associação Cultural UMCOLETIVO. Atualmente, é diretora artística da estrutura, sedeada em Elvas, na qual explora processos de rescrita como dramaturgista e atriz, valorizando a questão feminina na cena. Destaca Inércia (2014), a partir do inédito de Fernando Pessoa, silêncio (2015 e 2020), a partir de Rúben A., e TRÊS IRMÃS: Irina, Macha, Olga (2015 e 2016), reescrita de Tchekhov, distinguida com o Prémio Time Out para melhor espetáculo e melhor atriz de 2016.

Recentemente, interessa-lhe também o trabalho de curadoria, procurando construir uma linguagem que contrarie o frenesim quotidiano e capitalista, criando um tempo sagrado do qual possam nascer cumplicidades e empatia entre performer e espetador. Desenvolveu um projeto pessoal de escrita em cena (em torno da gravidez) chamado CASA-PARTIDA.

Presidente do Júri:

Rui Pina Coelho (Évora, 1975) é Professor Auxiliar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Doutorado em Estudos Artísticos – especialidade em Estudos de Teatro pela FLUL, é Director do Centro de Estudos de Teatro da FLUL e da Sinais de Cena – Revista de estudos de teatro e artes performativas. Publicou Este título não que é muito longo: textos para teatro (2011-2'018) (Companhia das Ilhas, 2020); António Pedro (Colecção Biografias do Teatro Português, CET/ TNDMII/ IN-CM, 2017); A hora do crime: A violência na dramaturgia britânica do pós-Segunda Guerra Mundial (1951-1967) (Peter Lang, 2016); Casa da Comédia (1946-1975): Um palco para uma ideia de teatro (INCM, 2009); Inesgotável Koltès: Dois ensaios sobre Na solidão dos campos de algodão de Bernard-Marie Koltès (ESTC, 2009); Às vezes quase me acontecem coisas boas quando me ponho a falar sozinho (Companhia das Ilhas, 2013) e Já passaram quantos anos perguntou ele e outros textos (Húmus/TEP, 2013), entre outros títulos. Coordena o volume Teatro Contemporâneo Português: Experimentalismo, Política e Utopia [título provisório] (TNDMII/Bicho do Mato, 2017). Coordenou o Laboratório de Escrita para Teatro, do Teatro Nacional D. Maria II, de 2015 a 2019.  Desde 2010, colabora regularmente com o TEP – Teatro Experimental do Porto, enquanto dramaturgo e dramaturgista.


MARIA SIMÕES

Nasceu em 1976, em Aveiro. Neta do Alentejo e da Beira Litoral.

Estudou Psicologia (Coimbra e Açores) e frequentou o Master em Criatividade e Inovação.

(Santiago de Compostela, Galiza). Recebeu Prémios em teatro (labjovem – teatro), em cinema documentário (“Primeiro Olhar” Viana do Castelo, selecção DocLisboa e Curtas de Vila do Conde) e 3 Bolsas de Criação Artística (dramaturgia) pelo Governo dos Açores.

Chama-se a si própria brincóloga ou multiartista. É palhaça, encenadora, actriz, educadora e activista cultural. Iniciou a sua viagem teatral em 1989, em Aveiro e trabalha profissionalmente, desde 1994 nas artes de palco. Navega no teatro, cinema, clown, dramaturgia e música. Plantadora de árvores e de sorrisos, é voluntária em organizações e projectos de intervenção social e comunitária. Acredita que as artes podem mudar o mundo. Junto com outras ARTivistas, fundou a Descalças cooperativa cultural, em 2006 nos Açores e aí residiu durante 10 anos.

Foi também aí que aprendeu a chamar à justiça “igualdade de género”. Cresceu no feminismo pela mão da UMAR-Açores. Colaborou com a Marcha Mundial de Mulheres. Viajou um ano pela América do Sul enquanto voluntária, educadora, palhaça, artista.

Viajou por muitos países e crê que se faz melhor pessoa em cada viagem.

Em 2015 criou o BOLINA - Festival internacional de Palhaças e fundou a Rede internacional de Palhaças.

Mudou-se, depois, para o Alto Alentejo, reside actualmente em Castelo de Vide, terra de seus avós maternos.

Trouxe a mudança de sede da Descalças cooperativa cultural consigo na bagagem e junto com outras companheiras instalaram-se na Quinta das Avelãs, em Marvão.

Adoptou uma burra idosa, é criadora do Bosque-Escola Avelãs e fundadora da União de Palhaças em Portugal.

Durante a pandemia de 2020, tornou-se Empresária em Nome Individual e criou a marca Maria d’Alegria – que é também o nome da bisavó do seu bisavô e o projecto com que actualmente sorri todos os dias ao acordar.

Programa culturalmente a Terra d’Amor Humor (meio hectare na Quinta das Avelãs, Portagem – Marvão) e a Casa Maria d’Alegria em Castelo de Vide. É palhaça ao domicílio.

Apaixonada pelo mundo e por viajar, é no encontro com outros humanos que gosta de viver. Por isso, se enamora de actuar em campos de pessoas refugiadas, em hospitais, centros de dia e lares de pessoas maiores, em escolas, debaixo de árvores ou na rua.


PEDRO MENDES

Licenciado em Engenharia de Informática. A sua formação inclui ainda o Curso de Gestão e Produção de Artes do Espectáculo, e Curso Profissional de Fotografia.

É um dos fundadores em 2006 do Coffeepaste, plataforma com componentes editoriais, de classificados para artistas, e de formação. É o coordenador do projecto.

Fundou em 2017 o site contraCenas, projecto de escrita de crítica e reviews sobre cultura e artes.

Colabora desde Janeiro de 2019 com O Espaço do Tempo como Assessor Artístico, com acção, entre outras, nas Bolsas de Criação O Espaço do Tempo / BPI – Fundação “la Caixa”, e sendo membro do júri da Plataforma Portuguesa de Artes Performativas.

Colabora desde Janeiro de 2020 com a Associação Prado.

 

 


Data de publicação: 18-04-2022