Bienal de Arte Contemporânea de Berlim arranca dia 11 de junho com participação de artistas portugueses

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Bienal de Arte Contemporânea de Berlim arranca dia 11 de junho com participação de artistas portugueses
Internacionalização

Os artistas portugueses Mónica de Miranda e João Polido Gomes vão participar na 12.ª edição da Bienal de Arte Contemporânea de Berlim, que começa já este mês e cuja equipa artística integra a escritora e crítica de arte Ana Teixeira Pinto.

O filme “Path to the Stars”, de Mónica Miranda, aludindo a um poema de Agostinho Neto, líder da luta anticolonial e primeiro presidente de Angola após a independência, é narrado por uma combatente, que, não só representa a presença feminina nos movimentos de independência, como reivindica a sua representação. O filme sugere uma alegoria cronopolítica, em que o modo como o passado vê o futuro condiciona a forma como o presente vê o passado. Antes desta participação na Bienal de Berlim, Mónica de Miranda inaugurou em abril, na Bienal de Arte de Veneza, Itália, “no longer with the memory but with its future”, exposição que reúne um novo conjunto de obras e se estrutura em torno de “Path to the stars”.

O projeto musical “Sonic Repair”, de João Polido Gomes, aborda a história portuguesa recente e a forma como o Estado Novo 'distorceu' a tradição musical Portuguesa. A partir do Fado e do Cante Alentejano, tendo por base as pesquisas do musicólogo Rui Vieira Nery e gravações do etnógrafo Michel Giacometti e do compositor Fernando Lopes-Graça, são reconstruídas as raízes multiculturais destes géneros musicais.

A edição deste ano, comissariada pelo curador Kader Attia, decorre entre 11 de junho e 18 de setembro de 2022, desdobrando-se em várias abordagens, nomeadamente como conceber a descolonização da arte – da restituição de bens saqueados a uma cultura anticolonial da memória – e qual o papel que os movimentos feministas não-ocidentais podem desempenhar na reapropriação da História e da identidade.

A Direção-Geral das Artes apoia a participação portuguesa na 12.ª Bienal de Berlim mediante um acordo de cooperação internacional com o KW Institute for Contemporary Art, que veicula um apoio financeiro de € 25.000,00 (vinte e cinco mil euros).

 


Bios

Mónica de Miranda, que nasceu no Porto, em 1976, é uma artista portuguesa de origem angolana, que vive e trabalha entre Lisboa e Luanda.
Utilizando desenho, instalação, fotografia, vídeo e som, o trabalho de Mónica de Miranda é baseado em temas de arqueologia urbana e geografia pessoal.
Cofundadora do Hangar (Centro de Investigação Artística), em Lisboa, Mónica de Miranda foi nomeada em 2019 para o Prémio EDP Novos Artistas, e em 2014 para o Prémio Novo Banco de Fotografia. A obra de Mónica de Miranda está representada em várias coleções, tanto públicas como privadas, entre as quais a Fundação Calouste Gulbenkian, Museu Nacional de Arte Contemporânea e Nesr Art Foundation e Arquivo Municipal de Lisboa.

João Polido Gomes é um compositor e artista da Marinha Grande, residente em Lisboa e estudante no Dutch Art Institute (2020-2022). 
Edita e atua música sob Polido. Edições musicais recentes incluem Sabor A Terra & A Casa E Os Cães (Holuzam, 2020) e Música Livre/Free Music (edição de autor com apoio da Spirit Shop, 2019). Colaborou como diretor de som e/ou compositor para os filmes de Louis Henderson, Madalena Fragoso e Margarida Meneses, Romana Schmalisch & Robert Schlicht, Filipa César e Marte Eknæs & Michael Amstad. O seu trabalho foca-se principalmente sobre som como material e instrumento para abordar e articular questões de linguagem, arquivo e histórias da música, através de montagem e dissecação via técnicas digitais de processamento de som.

 

 

 

 


Data de publicação: 01-06-2022