Gustavo Costa, Henrique Fernandes e Raquel Castro estreiam "oCo" no dia 16 de abril, no Space21 - Experimental Music & Sound Art in Slemani (Iraque), um festival que tem vindo a afirmar-se internacionalmente, não só pela sua situação geográfica (fora dos tradicionais centros de difusão de arte sonora) mas, também, pela sua ligação estrutural com uma rede de cooperação que inclui o festival Irtijal, em Beirute (Líbano), o Festival Borderline, em Atenas (Grécia) e o Breach Festival, em Nicósia (Chipre).

Desde 2017, o Space21 tem organizado instalações sonoras e concertos na cidade de Slemani, conhecida como "City of Culture", apresentando obras de artistas nacionais e internacionais em espaços públicos, com o objetivo de promover a música contemporânea, experimental, eletrónica, a improvisação livre e a arte sonora no Curdistão. Com foco na escuta, explora novas perspetivas sobre a cultura do quotidiano através do som e abre "possibilidades para que o público tenha novas experiências dos lugares onde vive e trabalha, fomentando novos entendimentos sobre a sociedade moderna e as suas lutas". 

"oCo" tem estado em residência artística desde o dia 7 de abril e será apresentado ao público do Space21 no dia 17. Trata-se de um dispositivo eletroacústico que se molda arquitetonicamente a espaços com características sónicas particulares. Este dispositivo, que é simultaneamente um captador e emissor de som, produz uma releitura constante dos espaços acústicos onde se insere, proporcionando novas formas de escuta sobre as paisagens onde se insere. 

Segundo o coletivo criativo da Sonoscopia, "é também através da escuta que nos posicionamos criticamente perante o mundo. A criação de uma estrutura que tem a capacidade de transformar o som que nos rodeia e que nos une, permite-nos assim questionar toda as nossas relações humanas e de que forma nos relacionamos com a natureza".

O oCo é moldável, permitindo-lhe, assim, adaptar-se a diferentes contextos espaciais, como uma gruta, o deserto, a floresta, um hangar, um espaço abandonado ou uma rua movimentada. Dada a sua especificidade, o formato de apresentação é, também ele, variável, oscilando entre a instalação interativa e o registo audiovisual.

O projeto ― uma produção da Sonoscopia apoiada pela Direção-Geral das Artes ― é dirigido pelo percussionista, performer e escultor sonoro Gustavo Costa, também responsável pela sua criação juntamente com Henrique Fernandes. 

A Sonoscopia assume-se como um espaço de reflexão e criação dinâmico, onde a confluência de diferentes formas de pensar e atuar se assume como uma das suas principais forças. Ao longo dos últimos anos, tem criado um espaço onde vários artistas relacionados com a música experimental, improvisada e eletroacústica cruzam ideias e desenvolvem trabalhos consistentes num espaço físico que reúne as condições técnicas e humanas vocacionadas para o efeito. 

O coletivo criativo da Sonoscopia acredita que é esta dinâmica que faz com que "não só possam evoluir como coletivo, mas que toda a lógica de enquadramento com os criadores locais e nacionais se possa afirmar devidamente numa rede internacional de criadores". 

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA | oCo

Conceção e direção de projeto: Gustavo Costa
Criação: Henrique Fernandes e Gustavo Costa
Eletrónica e programação: Tiago Ângelo
Documentação e registo vídeo: Augusto Lado e Raquel Castro
Documentação escrita: Raquel Castro
Apoio à criação, produção e técnica: Vicente Mateus Produção e gestão de projeto: Patrícia Caveiro
Produção: Sonoscopia (2023)

MAIS INFORMAÇÕES

Sonoscopia
http://sonoscopia.pt/
www.facebook.com/sonoscopia.associacao

Space 21
https://space21.org/
www.facebook.com/space21sound/

Data de publicação: 11-04-2023