“GREENHOUSE”, de Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala, representa Portugal na 60.ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia 2024

Internacionalização
“GREENHOUSE”, de Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala, representa Portugal na 60.ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia 2024

Fotografia Mónica de Miranda - © Cortesia de Jahmek Contemporay Art / Fotografia Vânia Gala - ©Photos by Rui Sergio Afonso / Fotografia Sónia Vaz Borges - © Photos by Argenis Apolinario

A Direção-Geral das Artes comunicou hoje a decisão final aos curadores convidados para apresentar um projeto curatorial e expositivo que irá representar oficialmente Portugal na 60.ª Exposição Internacional de Arte - La Biennale di Venezia 2024. Para este concurso limitado, com um montante financeiro global disponível de 385.000 € (trezentos e oitenta e cinco mil euros), que decorreu até 24 de outubro, foram convidadas três curadoras a apresentar uma proposta. A comissão de apreciação foi constituída por André Tecedeiro, Eduarda Neves, João Mourão e Paulo Carretas.

Foi selecionado o projeto artístico GREENHOUSE, desenvolvido por Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala, que desafia lógicas instituídas de produção e representação artísticas, que tantas vezes reproduzem relações abissais entre curadores/artistas, criadores/críticos, arte/academia. O projeto desafia também noções monolíticas de identidade, cultura, nação e pertença, ao concetualizar uma alternativa de construção identitária que coloca no seu centro as intersecções entre ecologia, arte e política trazendo discussões internacionais para um pavilhão nacional.

GREENHOUSE parte da complementaridade estratégica entre a prática, a teoria e a pedagogia, definindo o espaço expositivo entre experimentação e reflexão, a partir de quatro ações: Jardim (Instalação, Espaço e Tempo); arquivo vivo (Movimento, Som e Performance); Escola (Educação, História e Revolução); Assembleias (Público e Comunidades). O projeto pretende a criação de um ”jardim crioulo” no interior do Palazzo Franchetti, que assume a forma de escultura, escola, palco e instalação, contemplando ações discursivas e performativas e assumindo-se como um espaço de resistência e liberdade, um arquivo vivo transdisciplinar. A equipa curatorial e artística propõe uma ação coletiva que reflete sobre as relações entre a natureza, ecologia e política, propondo a emergência de diversas coreografias a partir de encontros e colaborações entre o público, comunidades e artistas de um conjunto de expressões artísticas e científicas, especulativas e imaginárias, que trazem múltiplas vozes de artistas e comunidades de imigrantes sobre o tema “somos todos estrangeiros”, respondendo assim diretamente à convocatória do comissário-geral da Bienal, Adriano Pedrosa.

A Representação Oficial Portuguesa, comissariada pela Direção-Geral das Artes, voltará a estar patente no Palácio Franchetti, situado nas margens do Grande Canal de Veneza, entre 20 de abril e 24 de novembro de 2024.

No âmbito da Representação Oficial Portuguesa nas Bienais de Arte e Arquitetura de Veneza, o Estado português seleciona, desde 2018, os projetos curatoriais que o vão representar, com base num modelo de concurso limitado, através de convite a vários curadores, garantindo deste modo que mais autores tenham a oportunidade de apresentar propostas artísticas e, consequentemente, a possibilidade de vir a representar Portugal neste prestigiado certame internacional.

A 60.ª Exposição Internacional de Arte - La Biennale di Venezia 2024, tem como tema "Foreigners Everywhere/ Estrangeiros em Todos os Lugares" proposto pelo comissário-geral da Bienal, Adriano Pedrosa, cuja inspiração deriva de uma série de trabalhos iniciados em 2004 pelo coletivo Claire Fontaine, nascido em Paris e radicado em Palermo. As obras consistem em esculturas de néon em diferentes cores que reproduzem num número crescente de línguas as palavras "Estrangeiros em Todos os Lugares". A frase vem, por sua vez, do nome de um coletivo de Turim que lutou contra o racismo e a xenofobia na Itália no início dos anos 2000: Stranieri Ovunque. A própria Bienal – evento internacional com inúmeras participações oficiais de diversos países – sempre foi uma plataforma para a exposição de obras de estrangeiros de todo o mundo. Assim, a 60ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza pretende ser uma celebração do estrangeiro, do distante, do outsider, do queer, bem como do indígena.

 

 

 

 

 


Data de publicação: 13 de dezembro de 2023