[finisˈtɛrra] é a mitologia de um lugar que evoca o fim do mundo. É também o nome deste projecto de investigação, que usa a escuta como ferramenta para imaginar o que existirá para lá desse fim. Acreditando em futuros de narrativas inclusivas, onde o humano não ocupa a narrativa central, e através de uma abordagem especulativa e interdisciplinar, [finisˈtɛrra] Práticas e Teorias para um Fim de Mundo convoca práticas e teorias para enunciar possíveis "futuros do futuro”.
Durante a residência artística no Lafões Cult Lab de Vouzela, Sara Vieira Marques e Santiago Rodriguez Tricot desenvolverão a prática “Undoing Listening”, uma prática performativa que propõe desfazer e sistematizar a escuta para ampliar as suas possibilidades. Utilizando o som, a acústica e um dispositivo instalativo, os artistas propõem explorar as tensões e ambiguidades dramatúrgicas entre ver e escutar, acreditando serem geradoras de potencial especulativo do devir.
BIOS
Sara Vieira Marques
(Lisboa, 1992)
Artista interdisciplinar, vive e trabalha a partir do Porto. A sua prática artística, de carácter expandido, articula instalação cénica, performance e investigação em vários projectos entre as Artes Performativas e Visuais, explorando as relações materiais do espaço-tempo para gerar ambientes e situações que permitam outras formas de relacionamento entre corpos humanos, não-humanos e mais-que-humanos. Esta prática é impulsionada por um desejo por futuros mais inclusivos e ecologicamente sustentáveis, frequentemente abordado de forma especulativa e crítica para endereçar temas como os Futurismos Radicais e as Ecologias Materiais do Colapso.
Os elementos-chave da sua prática recaem sobre as arquitecturas relacionais e os aspectos performativos de “escutar”, “ver”, “imaginar” e “documentar”.
Licenciada em Produção e Design - Cenografia pela ESMAE (IPP Porto) e Mestre em Antropologia - Culturas Visuais (FCSH/NOVA, Lisboa) com investigação sobre a agência material e perspectivismos pós-humanos. Participou ainda em PACAP#4 (Forum Dança, Lisboa-PT), onde desenvolveu trabalho acompanhada por Chrysa Parkinson, Christine de Smedt, Eszter Salamon, João Fiadeiro, Moriah Evens, Paula Caspão e Xavier Le Roy.
Dos seus projectos destaca: AURORA (Espaço Alkantara, 2020) - uma performance que explora as relações coreográficas entre a arquitectura, o som e a geologia; OSSU (Pegada, 2020) - um diário etnográfico performativo; HEADLESSMEN (FCSH/Doclisboa, 2021) - um filme documental sobre ecologias materiais e sonoras; e RESONATING ISLANDS_A SONOROUS ARCHIPELAGO (Arquipélago CAC, 2023) - um projeto de investigação artística, estreado como uma listening session com base em dados sísmicos (projecto apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian 2022/2023).
Fez parte do projecto de curadoria expandida Curadura (2021 - TBA, Lisboa); recebeu a “Bolsa Estrume” (2020 - Fogo Lento); foi artista convidada pela Fundação Culturgest para representar Portugal no “Summer Lab Zagreb” (2020 ACT–Art, Climate, Transition); e recebeu o Apoio Suttle-Pláka (2023 ÁGORA, Porto) para a digressão do projeto ISLA#2 - Resonating Islands project ao Chile e Uruguai em 2024.
Santiago Rodriguez Tricot
(Montevideo, 1986)
Artista visual e desenhador cénico uruguaio, radicado no Porto. Explora performativamente as linguagens da luz, do espaço e da matéria através de processos de criação colaborativa em música e artes vivas. Foi bolseiro FEFCA (UI), contexto a partir do qual desenvolveu MOCHILA DE PIEDRA. Co-criador e músico no projecto de música electrónica MUX. Junto a Leticia Skrycky, Juan Ruétalo, Erika del Pino e Fabrizio Rossi, é co-criador do projecto HORMIGONERA: uma prática performativa sobre produção cénica e processos dramatúrgicos, através do espaço, da matéria, da luz e do som. O projecto de investigação artística que leva com Sara Vieira Marques, RESONATING ISLANDS_A SONOROUS ARCHIPELAGO foi apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Como desenhador e criador, colabora e/ou colaborou em projectos de: Tamara Cubas, Santiago Turenne, Juan Domínguez Rojo, Marcela Levi & Lucia Russo, Vera Garat, Yann Marussich. Faz a coordenação técnica de FIDCU - Festival Internacional de Dança Contemporânea do Uruguai e de NIDO - Encontro Internacional de Artes Vivas (UI).
santiagorodrigueztricot.tumblr.com
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Ficha técnica e artística:
Curadoria e produção da residência artística: Binaural Nodar
Apoio local à residência artística: Município de Vouzela
Direcção Artística, Investigação e Performance | Sara Vieira Marques
Acompanhamento Artístico | Nuno Preto e Santiago Rodriguez Tricot
Concepção de dispositivos instalativos | Sara Vieira Marques e Santiago Rodriguez Tricot
Construção de objecto | Carlos Neves
‘Grupo Exploratório de Práticas Sonoras’ study group | João Grilo; Ángela Díaz Quintela; Inês Luzio; Santiago Rodriguez Tricot e Irina Pereira
Co-produção | Bolsa “Artistas Douro”, atribuída pela mala voadora, com financiamento da Câmara Municipal do Porto
Apoio à Investigação Artística | “Reclamar Tempo 2024” CAMPUS Paulo Cunha e Silva
Apoio à Criação em Residência | fAUNA - Teatro da Didascália (Joane-PT); Artists’Shelter - Sekoia (Porto-PT); ApalleirA (Sarria-ES); Gnration (Braga-PT); CRL - Central Elétrica (Porto-PT); Binaural Nodar (Vouzela-PT); O Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo-PT).
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Locais, datas e horários:
Lafões Cult Lab (Vouzela)
11 a 15 novembro 2024
De segunda a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00.
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Link para site:
https://www.binauralmedia.org