HISTORIADORES, pelo Teatro do Vestido, 11 a 17 novembro, Lisboa

©José Torrado
SINOPSE:
primeiro percebemos que os resultados da disciplina de História no secundário
estavam a piorar.
depois quisemos perceber porquê.
depois perguntámo-nos porque é que um historiador se torna historiador.
e assim nasceu este espectáculo.
No final no século XX, o historiador Eric Hobsbawm escrevia sobre «os jovens homens e mulheres [que cresciam] numa espécie de presente permanente, sem relação com o passado (…)»¹. À medida que o século XXI avança, inquietantes notícias dão conta de resultados cada vez piores na disciplina de História num país como Portugal, onde a disciplina de História nos poderia oferecer importantes lições para o hoje, para o aqui. O interesse pelo passado perdeu-se, talvez porque não seja clara a sua relação com o presente.
Entretanto, a História tende a repetir-se, acordando fantasmas do passado. Mas nem assim os mais velhos a conseguem explicar aos mais jovens. «Não estavas lá», «Não viveste», «Não consegues imaginar», «Não sabes», «Não percebes» — com estas frases se arruma de vez a curiosidade dos mais jovens e a esperança de que venham a interessar-se por esse tal passado. Este espectáculo do Teatro do Vestido é também sobre isso: sobre o desinteresse, as lacunas, as omissões, sobre investigações, sobre repreensões, sobre, enfim, o gosto ou o desgosto da disciplina de História e daqueles que a escrevem e a ensinam.
Quem são estas mulheres e estes homens que decidiram dedicar-se à escrita da história para que o futuro possa recordar e aprender com um passado que não viveu diretamente? Que ambiente se vive numa aula de História do ensino secundário em Portugal? Quantos braços se levantam quando a professora faz uma pergunta? E que História é essa que se conta nos manuais? Um programa de história é um retrato político do presente de um país e daquilo que se quer inscrever para o futuro. Num mundo em que o passado é um país estrangeiro² e o futuro fica ainda demasiado longe, Historiadores navega da forma única (política, poética e documental) do Teatro do Vestido um mar de inquietações, perguntas e pistas para o que aí vem.
¹ Eric Hobsbawm, The Age of Extremes, Nova Iorque, Vintage Books, 1996.
² frase de L. P. Hartley em The Go Between, 1953. “The past is a foreign country; they do things differently there.”
/
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA:
Texto e Direcção: Joana Craveiro
Co-criação e interpretação: Diana Ramalho, Estêvão Antunes, Francisco Madureira, Jamila Oliveira, Mira Bulhões Tânia Guerreiro, Tozé Cunha
Música e Espaço Sonoro (composição e interpretação): Francisco Madureira
Cenografia: Carla Martínez
Assistente de Cenografia: Diana Ramalho
Assistente de Encenação: Mira Bulhões
Apoio Científico Maria Alice Samara
Figurinos: Tânia Guerreiro
Mestra de costura: Inocência Rocha
Iluminação: João Cachulo
Operação de Luz: Matilde Sardo
Conteúdos Vídeo e Operação de Vídeo: José Torrado
Direcção de Produção: Alaíde Costa
Apoio Administrativo: maria Inês Augusto
Co-produção CCB – Fábrica das Artes, Teatro Miguel Franco, Teatro do Vestido
Apoio: FX Road Lights
/
LOCAIS, DATAS E HORÁRIOS DE APRESENTAÇÃO:
LISBOA – CENTRO CULTURAL DE BELÉM | BLACK BOX
13, 14 E 15 NOVEMBRO 10H30 (SESSÕES ESCOLARES)
16 NOVEMBRO 19H00
17 NOVEMBRO 17H00
/
INFORMAÇÕES SOBRE BILHETEIRA:
www.ccb.pt
/
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA:
M/12
/
ACESSIBILIDADE (DO ESPAÇO OU DA OFERTA ARTÍSTICA):
A sala garante acesso a pessoas com mobilidade reduzida. Sessão de 15 Novembro co Língua Gestual Portuguesa.
No final do espectáculo haverá conversa com o público.
/
LINK PARA SITE:
www.teatrodovestido.org