"O NOSSO AMOR É... Uma Ópera para Natália Andrade", pela Arepo, 28 novembro, Torres Vedras [Estreia]

Ópera
"O NOSSO AMOR É... Uma Ópera para Natália Andrade", pela Arepo, 28 novembro, Torres Vedras [Estreia]

A AREPO - Ópera e Artes Contemporâneas estreia dia 28 de novembro a ópera -  O NOSSO AMOR É... UMA ÓPERA PARA NATÁLIA DE ANDRADE.

Cantora lírica de talento discutível – e já se sabe que os gostos se discutem –, Natália de Andrade foi também uma personagem mediática. Quem não a viu e ouviu nos anos 80 na televisão portuguesa, nos programas de Herman José e de Júlio Isidro? Aí cantava, era ouvida, aplaudida e... gozada! Sob confettis irónicos, foi celebrada por milhares de espectadores. Disse-se: mas se ela se acha o máximo, não há maldade... De facto, qual Bianca Castafiore – que nunca poderemos ouvir – a cantora julgava-se uma Callas. E, porém, em vez de quererem amordaçá-la, os seus contemporâneos requisitavam-na, elogiavam-na, fruíam em silêncio o escárnio. Histórias de mulheres cuja celebridade esteve aliada ao menosprezo – e por razões bem menos compreensíveis – não escasseiam. Na sua alucinação, a Natália de Andrade desta ópera canta a história de algumas delas, para o gáudio e gozo da “apresentadora” e do “enfermeiro”: Florbela Espanca, Maria de Lourdes Pintasilgo, Joacine Katar Moreira – mulheres a quem câmaras e
microfones eram oferecidos, embora, ao acolhê-las, também as rejeitassem. Composta por Luís Soldado sobre texto de Rui Zink, e contando com a encenação de Linda Valadas, O nosso amor... ri-se com – e já não de – Natália de Andrade. É uma ópera sobre o estrelato, sobre os media e sobre o bullying. E também – quem sabe? – sobre o poder que a arte tem de complicar a relação entre realidade e ficção. Pois, afinal, nesse “Prémio Henrique VIII – para a melhor mulher que perdeu a cabeça”, onde termina a loucura e começa a lucidez? Até que caia o último pano, ficamos na dúvida. É que, na arte – e numa arte tão
dada a ilusões e desilusões como a ópera, sobretudo quando praticada com o arrojo a que a AREPO, nas suas produções sempre surpreendentes, nos tem habituado – o último a rir (e a ironizar) é quem ironiza (e ri) melhor.
João Pedro Cachopo

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Ficha artística e técnica:
COMPOSIÇÃO LUÍS SOLDADO LIBRETO RUI ZINK  ENCENAÇÃO LINDA VALADAS DIREÇÃO MUSICAL RUI PINHEIRO CANTORES CARLA SIMÕES (SOPRANO) NUNO DE ARAÚJO PEREIRA (BARÍTONO) ANA PADRÃO (ATRIZ) MÚSICOS MIGUEL SIMÕES (VIOLINO) SANDRA PINTO (FAGOTE) TERESA ARAÚJO (VIOLONCELO) ROMEU SANTOS (CONTRABAIXO) CENOGRAFIA E FIGURINOS SÉRGIO LOUREIRO MAKE-UP E CABELOS FÁTIMA SOUSA DESENHO DE LUZ  LUÍS FERREIRA CINEMA DE ANIMAÇÃO MARIA PINHEIRO VÍDEO GONÇALO PINTO DESIGN GRÁFICO MARIA PINHEIRO PRODUÇÃO AREPO - ÓPERA E ARTES CONTEMPORÂNEAS ASSISTÊNCIA DE PRODUÇÃO/ESTAGIÁRIO LUÍS MIGUEL FERREIRA

PRODUÇÃO AREPO - Ópera e Artes Contemporâneas

PARCEIROS INSTITUCIONAIS REPÚBLICA PORTUGUESA - MINISTÉRIO DA CULTURA e DIREÇÃO GERAL DAS ARTES

APOIOS CÂMARA MUNICIPAL DE TORRES VEDRAS | CÂMARA MUNICIPAL DE MAFRA | CAC

APOIO À COMUNICAÇÃO ANTENA 2

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Locais, datas e horáros de apresentação:
CAC - Centro de Artes e Criatividade | TORRES VEDRAS

28 e 30 de Novembro, 21h30

1 de Dezembro, 17h

8 de Dezembro, 17h (Escolas)

Auditório Casa da Cultura Jaime Lobo e Silva | ERICEIRA

29 de Novembro, 21h30

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Bilheteira:
Torres Vedras | CAC - Torres Vedras
Ericeira | Casa Cultura Jaime Lobo e Silva

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Link para site:
arepo.pt
https://www.instagram.com/arepo_opera/