Teatro GRIOT vai inaugurar a IX Bienal de Arte e Cultura

Internacionalização
Teatro GRIOT vai inaugurar a IX Bienal de Arte e Cultura
25 e 26 junho - São Tomé e Príncipe

@João Duarte

O Riso dos Necrófagos – direção de Zia Soares, coprodução Teatro GRIOT/ Culturgest, é o espetáculo de abertura da IX Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe, que este ano decorre entre 25 de junho e 25 julho de 2022. A versão do espetáculo a apresentar na Bienal reúne o elenco do Teatro GRIOT e o elenco de São Tomé, com quem a encenadora trabalhou no início do processo criativo em 2020.
 


O Riso dos Necrófagos começa nos vestígios da Guerra da Trindade encontrados na ilha de São Tomé, pela encenadora Zia Soares e pelo músico Xullaji, nas bocas dos que a viveram e dos que a ouviram contar. Nesta guerra os mortos foram amontoados em valas comuns ou no fundo do mar, num exercício de violência, perpetrado pelo invasor que acredita que, ao despojar os mortos dos seus nomes, os condena ao esquecimento. Mas para os santomenses, são presenças na ilha como símbolo encarnado e, para celebrá-los, anualmente no dia 3 de fevereiro, cumprem um itinerário ritualístico, desfilando ao longo de várias horas numa marcha amplificadora de falas, cantos, risos e sons que saem de corpos convulsos.
A utopia de esvaziar o mar | Zia Soares, encenadora

O Riso dos Necrófagos transporta a esfera carnavalesca do desfile para o chão da performance construindo a isocronia no corpo dos atuantes; é prolongamento do percurso celebratório, entrópico, onde os atuantes manipulam imagens, desossam e riem do delírio na convergência de todos os tempos que evoluem por via de mecanismos do transe e da possessão — o corpo transfigura a cena à medida que os vestígios e os fragmentos da carnificina são devorados pelos atuantes-necrófagos.
É a ilha-necromante.
É o manifesto do riso.
A exultação do riso abençoado pelos mortos.
Um caos que não define a ordem.
Afinal a utopia de esvaziar o mar.

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Ficha artística:
Direção: Zia Soares
Texto: Alda Espírito Santo, Conceição Lima, Zia Soares
Elenco: Adneila Cabral, Aoaní Salvaterra, Benvindo Fonseca, Daniel Martinho, Edmar Silva, Izadora Madredeus, Leo Varela, Lucília Raimundo, Mick Trovoada, Neusa Trovoada, Prince Moisés, Rafa Salvador, Valdy dos Santos, Xullaji, Zia Soares
Música: Xullaji
Cenário e Figurinos: Neusa Trovoada
Design de luz: Jorge Ribeiro
Movimento: Lucília Raimundo
Apoio ao movimento: Marcus Veiga
Tradução para forro: Solange Salvaterra Pinto
Confeção de figurinos: Aldina Jesus Atelier
Operação de som: Luís Moreira
Vídeo: António Castelo
Design gráfico: Neusa Trovoada
Produção: Teatro GRIOT
Coprodução: Culturgest
Apoio à produção em São Tomé: ROÇAMUNDO
Apoios: Academia Arte&Dança, Associação Mén Non, Batoto Yetu, Cacau, Câmara Municipal Moita, Carlos Caetano - Construções Ilimitadas, Casa da Dança, DeVIR/CAPa - Centro de Artes Performativas do Algarve, Foundation Obras, Fundação Alda Espírito Santo, Hangar, Junta de Freguesia Misericórdia, Khapaz, Polo Cultural Gaivotas Boavista, República Democrática de São Tomé e Príncipe - Embaixada em Portugal, ROÇAMUNDO-Associação para Cultura e Desenvolvimento, TerranoMedia.A IX Edição da Bienal de São Tomé e Príncipe está inserida no projeto Entreposto das Artes São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, apoiado pela PROCULTURA PALOP-TL, uma ação financiada pela União Europeia, cofinanciada e gerida pelo CAMÕES IP.
Zia Soares é uma artista apoiada pela apap - Feminist Futures, um projeto cofinanciado pelo Programa Europa Criativa da União Europeia.

O Teatro GRIOT é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa. 

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Local e datas e horário de apresentação:
IX BIENAL de ARTE E CULTURA
CACAU - Casa das Artes Ambiente Utopias | São Tomé, São Tomé e Príncipe
25, 26 junho, 19H

 


SOBRE A BIENAL
A edição deste ano é dedicada especialmente às artes performativas, tendo como prioridade a participação de artistas dos países lusófonos (Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, Brasil), no quadro de uma visão abrangente para São Tomé e Príncipe que conjuga desenvolvimento e sustentabilidade económica, cultural e artística. Projetando São Tomé e Príncipe como uma “comunidade cultural internacional” e um “território permanente de criação artística e de intercâmbios culturais”.

Para além dos artistas indicados pela organização da Bienal no seu pedido de apoio, a programação da IX Bienal integra a participação de um conjunto de artistas que se destacam pela sua especial ligação a Portugal e à expressão cultural e artística em língua portuguesa, nomeadamente o cineasta Silas Tiny, com o filme “Constelação do Equador”, o ator, encenador, programador e investigador João Branco, com o monólogo “As Palavras de Jó”, o encenador e diretor de teatro João de Mello Alvim, com encenação de um espetáculo de teatro em parceria com a CACAU/Associação Folha de Medronho, o ator e encenador Miguel Hurst, com a estreia de “Senhora das Águas e o ator  Ângelo Torres, com a apresentação do monólogo “Amílcar Geração” e de “Conta-me estória”, e o já referido Teatro Griot com a peça “Riso dos Necrófagos”, espetáculo que abrirá a Bienal.

A Direção-Geral das Artes apoia com € 25.000,00 (vinte e cinco mil euros) a participação deste conjunto de artistas através da celebração de um acordo de cooperação internacional com a entidade organizadora da Bienal, Roça Mundo – Associação para a Cultura e o Desenvolvimento.
 

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Saiba mais aqui https://www.dgartes.gov.pt/pt/noticia/5331

 

 

 

 

 


Data de publicação: 22-06-2022